Ninguém socorre os bairros
O avanço da temporada de chuvas está levando os moradores dos bairros de Aparecida à beira do desespero. Alagamentos, erosões, deterioração das ruas e avenidas e o crescimento dos matagais tiram o sossego das famílias que habitam os setores onde essas situações são mais incidentes, sem que a prefeitura e seus departamentos encarregados desse atendimento consigam oferecer uma resposta adequada.
Essa realidade é mais grave ainda quando se constata a desrespeitosa manipulação do marketing do prefeito Gustavo Mendanha, que repetiu na campanha para o seu 2º mandato as mesmas promessas que fez e não cumpriu no 1º mandato – a exemplo do compromisso de asfaltar todos os setores e todas as ruas habitadas da cidade, meta hoje distante e impossível de ser alcançada devido ao volume de recursos exigidos, já que que a necessidade desse benefício acabou aumentando consideravelmente com o passar do tempo e o quase nada que foi feito.
Enquanto isso, os órgãos municipais aos quais compete suprir as demandas por consertos e correções na infraestrutura urbana danificada estão agindo sem o menor respeito à sociedade, ao responder que existe uma programação e que um bairro, como o setor Morada dos Pássaros – invadido pelo mato que se assenhoreou dos lotes baldios, está programado para ser alvo de uma equipe de limpeza apenas em janeiro, quando o prejuízo aos moradores já estará dado de maneira irreversível.
Onde já se viu tal omissão e tal desprezo pelas necessidades da população? Que “programação” é essa que adia soluções urgentes para o futuro, enquanto no presente as pessoas seguem oprimidas por dificuldades que poderiam ser resolvidas em um ou dois dias com equipes integradas de reparos e roçagem trabalhando intensivamente?
O jornal Diário de Aparecida tem publicado diariamente reportagens mostrando o clima de indignação entre as aparecidenses e os aparecidenses que, residindo nas dezenas e dezenas de ruas e avenidas ainda na terra e na lama, além das vias que, já asfaltadas, seguem sem manutenção e reformas, aguardam com paciência a chegada do avanço civilizatório do asfalto e das patrulhas de ataque aos estragos, mas são enrolados e enganados, aliás com a contribuição dos vereadores que elegeram – todos ajoelhados perante um prefeito onipotente que usa a folha de pagamento da municipalidade para comprar apoio e unanimidade.
Se perdesse uma ou duas horas para dar uma volta pela cidade que governa, o sr. Mendanha tomaria consciência dos males que afligem a todos que moram em Aparecida. Mas ele segue obcecado pela ideia de se transformar em liderança política estadual e, em vez da sua terra, prefere flanar por Quirinópolis, Senador Canedo e Bonópolis, como o fez na semana passada, abandonando mais uma vez as responsabilidades do seu cargo.