Mendanha culpa a pandemia, mas queda de Aparecida começou no seu 1º mandato
Pesquisas confirmam que a gestão do atual prefeito, perto de completar 5 anos, derrubou os principais indicadores de desenvolvimento do município
Da Redação
Questionado sobre a queda de Aparecida nos seus principais indicadores de desenvolvimento, que vem sendo noticiada pela imprensa, o prefeito Gustavo Mendanha tentou fugir da responsabilidade alegando que a culpa é da pandemia do novo coronavírus.
De fato, o advento da Covid-19 impactou a economia em todo o mundo, mas quem estava bem preparado e estruturado sofreu menos. Esse não foi o caso de Aparecida. Desde que Maguito Vilela entregou a prefeitura ao seu sucessor, em janeiro de 2017, a situação da economia local passou a piorar progressivamente.
É o que comprovou o IFGF ou Índice Firjan de Gestão Fiscal, um respeitado e acreditado instrumento de avaliação sobre como os prefeitos brasileiros administram as finanças dos seus municípios.
O estudo é produzido anualmente pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, abrangendo as mais de 5 mil prefeituras do país. Nacionalmente, Aparecida ocupava a 15ª posição no balanço da FIRJAN, em 2016, último ano de Maguito. Porém, depois que Mendanha assumiu, em 2017, foi caindo até despencar para o 249º lugar em 2020, ano a que se referem os últimos números informados pela própria prefeitura.
Na avalição específica sobre a situação dos investimentos realizados pela prefeitura, Mendanha reduziu o volume para menos da metade, em relação a Maguito, conforme a pesquisa da Firjan. Isso é grave e não há pandemia que justifique. O município entrou na condição “amarela”, ou seja, de “dificuldade” quanto a sua gestão fiscal.
Em economia, uma coisa sempre leva a outra. Sem investimentos, Aparecida involuiu. Assim, Mendanha recebeu, há poucos dias, outra notícia desagradável: no Ranking de Competitividade dos Municípios, elaborado pelo CLP – Centro de Liderança Pública, órgão ligado a Bolsa de Valores de São Paulo, Aparecida também despencou e desceu para a 209ª colocação, 7 posições abaixo do constatado pelo mesmo levantamento em 2020, com destaque para a queda vertiginosa no quesito Inovação e Dinamismo Econômico, onde perdeu 50 posições em um ano e agora figura em 199º lugar.
Não à toa, a atração de empresas, que praticamente já estava reduzida a zero depois que Mendanha assumiu, acabou influenciando negativamente na medida em que o atual prefeito assistiu sem reação ao cancelamento de investimentos importantes, como o do Guaraná Mineiro, que instalaria uma fábrica em Aparecida ao custo de R$ 60 milhões, mas desistiu do projeto. Outros empreendimentos seguiram o mesmo caminho.
Resultado: menos empregos para a população aparecidense. O CAGED, órgão do Ministério do Trabalho que monitora a criação e a extinção de empregos no Brasil, apontou um dado calamitoso para Aparecida: em setembro, o saldo de vagas de trabalho foi negativo no município, com o desaparecimento de 534 empregos. Enquanto isso, com pandemia e tudo, Goiânia registrou 3.014 novas vagas, seguida por Anápolis (697), Rio Verde (408), Goiatuba (290), Santa Helena de Goiás (250), Luziânia (236), Senador Canedo (221), Catalão (213), Caldas Novas (194) e Águas Lindas de Goiás (189).
Os números são incontestáveis. E com números não se discute.