Bolsonaro veta Baldy, isola Mendanha e sinaliza a preferência por Vitor Hugo
Presidente dá sinais de que as decisões sobre o rumo que a sua base vai tomar, em Goiás, serão tomadas por ele próprio, no aconchego do Palácio do Planalto, ao arrepio das lideranças estaduais
Helton Lenine
Após se filiar ao PL com “carta branca” para definir os candidatos a governador e senador, nos Estados, o presidente Jair Bolsonaro já age em relação ao futuro do seu partido em Goiás diante das eleições de 2022. Como deixou claro durante o ato de ingresso no PL, em Brasília, no último dia 30, o presidente dá demonstrações de que quer o atual deputado federal Major Vitor Hugo na disputa por um cargo majoritário em Goiás – governador ou senador.
Ao vetar a nomeação de Alexandre Baldy (Progressistas) para a coordenação política do Ministério da Economia, Bolsonaro abalou o projeto do ex-ministro de concorrer ao Senado Federal ano que vem. As ligações políticas de Baldy com o governador de São Paulo João Doria foram usadas como “pretexto” pelo Palácio do Planalto para não dar “palanque” ao político goiano.
Mesmo sendo Baldy uma indicação do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, ao ministro Paulo Guedes, Bolsonaro preferiu vetar a nomeação, mesmo com o PP, que tem dois deputados federais – Adriano do Baldy e Professor Alcides – integram a base governista no Congresso Nacional.
Jair Bolsonaro também tem restrições à candidatura de Gustavo Mendanha (ex-MDB, hoje sem partido) ao governo de Goiás, conforme revela o deputado Vitor Hugo. É que o prefeito de Aparecida é malvisto por não defender as ideias e das propostas do “bolsonarismo”, além de ter proximidade com legendas de esquerda: PT, PSB, PC do B, PV e PDT ocupam cargos no secretariado de Mendanha.
O presidente já avisou a Valdemar Costa Neto, mandachuva do PL nacional: ele vai escolher, “a dedo”, os candidatos do partido a governador e a senador nos 26 Estados e no Distrito Federal. Embora a direção nacional do PL tenha mantido o empresário Flávio Canedo na presidência do partido em Goiás, Bolsonaro alerta que a sua preferência é pela candidatura majoritária de Vitor Hugo, que ainda não se filiou à legenda.
O ativista de redes sociais Gustavo Gayer, filiado ao DC, também pode ter respaldo do grupo de Bolsonaro para disputar o Senado. Gayer defende candidatura de Vitor Hugo ao governo e rejeita a de Mendanha. Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto parecem aceitar a permanência do casal Flávio Canedo/Magda Mofatto no PL goiano, entretanto, desde que admitam que as candidaturas a governador e a senador terão que ter o “crivo” do Palácio do Planalto.
Sem o respaldo do bolsonarismo, o prefeito Gustavo Mendanha busca alternativas partidárias para concorrer ao governo de Goiás. Conversa com o PTC, Pros, Podemos, Patriota e Republicanos. Ele tem prazo até 3 de abril para decidir nova legenda ou mesmo se irá renunciar ao cargo de prefeito de Aparecida de Goiânia.