Política

Mendanha pode fracassar por falta de alianças

Prefeito de Aparecida pode não ser candidato a governador pela dificuldade em articular base de apoio

Sempre que perguntado sobre se realmente vai deixar a prefeitura de Aparecida para se lançar candidato ao governo de Goiás, o ex-emedebista Gustavo Mendanha tergiversa e diz que ainda é cedo para anunciar qualquer decisão para o próximo ano. Mendanha lembra que tem até início de abril para se decidir sobre um novo partido e para anunciar se realmente vai concorrer em 2022. Ele precisaria, no entanto, renunciar à cadeira de prefeito de Aparecida de Goiânia até 2 de abril, caso deseje mesmo disputar as eleições. E essa, sem dúvidas, é uma decisão difícil.

O político, que deixou o MDB em setembro último, depois que foi formalizada a aliança com o DEM do governador Ronaldo Caiado, esteve próximo de se acertar com o PL, mas a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao partido mudou tudo. É que Bolsonaro recebeu carta branca do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, para escolher os candidatos a governadores nos Estados e já anunciou que só vai aceitar que concorram pelo seu novo partido àqueles que efetivamente defenderem a sua candidatura, o que não seria o caso de Mendanha – que já avisou que não vai se envolver no confronto Lula-Bolsonaro.

Nos bastidores, comenta-se que a estratégia de Gustavo era, a partir do PL, fazer composições com os demais partidos da oposição, incluindo PSDB, PSB, PTC, DC, Pros e até Patriota, mas com o veto de Jair Bolsonaro isso não será possível. Ainda que se filiasse ao PSDB de Marconi Perillo ou ao PSB de Elias Vaz, o prefeito teria dificuldades para construir uma aliança em torno da sua candidatura, até porque restariam poucos partidos para tal. Para completar, o PSDB anunciou que deve ter candidato próprio e o PSB já adiantou que não fará parte de alianças com partidos que apoiam Jair Bolsonaro e está montando uma federação com o PT.

Diferente do seu possível adversário nas eleições de 2022, que não precisaria desincompatibilizar e que já tem uma ampla base de apoio praticamente definida, Gustavo corre contra o tempo e a consciência de que uma decisão intempestiva pode representar o fim da sua carreira política. Com dificuldades para formatar o leque de alianças partidárias, Gustavo Mendanha usa a estratégia de fazer contatos políticos com vereadores da oposição, em diversas cidades, em busca de “holofotes” para a sua pré-campanha ao governo de Goiás.

Até agora, poucas lideranças expressivas têm se manifestado em favor do projeto eleitoral de Gustavo Mendanha. No interior, acompanham o prefeito aparecidense a deputada federal Magda Mofatto (PL), os deputados estaduais Paulo Cezar Martins (MDB) e Cláudio Meirelles (PTC). E só. (H.L.)

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