Aparecida de Goiânia identifica mais dois novos casos da variante Ômicron
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, os dois pacientes estão em isolamento, sendo acompanhados pela Central de Telemedicina
Eduardo Marques
Enquanto ultimamente o prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) realiza sucessivas viagens de pré-campanha eleitoral para o governo de Goiás, deixando o município abandonado, a pandemia continua se espalhando em Aparecida de Goiânia. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou no último sábado, 18, dois novos casos de Covid-19 provocados pela variante Ômicron. Os dois pacientes estão em isolamento, sendo acompanhados pela Central de Telemedicina. Eles estão com esquema vacinal completo, passam bem e não apresentam sintomas. Com a identificação desses dois casos, o município totaliza quatro registros da nova mutação do vírus, todos eles relacionados entre si. Ainda não há, portanto, transmissão comunitária na cidade.
No dia 12 de dezembro o município de Aparecida de Goiânia detectou a variante Ômicron em duas moradoras, de 46 anos e 20 anos, respectivamente, que tiveram contato com um casal de missionários vindo de Luanda (Angola), em decorrência de um evento religioso realizado em Goiânia. A partir disso, a SMS rastreou os contatos das pacientes e ofereceu a realização do RT-PCR para essas pessoas. Além disso, como medida de segurança, passou a sequenciar todas as amostras positivas diagnosticadas na cidade pela prefeitura passíveis de análise. Os novos casos da Ômicron na cidade tratam-se de um homem, de 51 anos, que teve contato com um dos dois primeiros casos confirmados da variante e uma mulher de 47 anos que participou do evento religioso em Goiânia.
Por meio de nota, a Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) confirma que, até ontem, 20, foram identificados 4 casos da Ômicron no Estado e que todos eles são de Aparecida de Goiânia. Quanto aos dois casos que estavam sendo investigados em Valparaíso de Goiás, na região do Entorno do Distrito Federal, de acordo com a pasta, os pacientes chegaram de viagem recente à África e também apresentam sintomas leves, sem necessidade de internação, sendo acompanhados pelo município. O material para realização do sequenciamento genético, que identifica a cepa, foi coletado e o resultado foi detectável para SARS CoV-2 e confirmado para variante Delta.
“A SES-GO reforça que os cuidados com a Ômicron devem ser os mesmos adotados para todas as demais variantes do coronavírus, sendo aqueles amplamente divulgados desde o início da pandemia. A população deve continuar seguindo as medidas de biossegurança para evitar a disseminação do vírus, como uso de máscara facial cobrindo nariz e boca, higienização das mãos com água e sabão e uso de álcool gel 70%. Além disso, a vacinação é fundamental para diminuir internações e casos graves da Covid-19, sendo importante que as pessoas se vacinem com a segunda dose e o reforço”, frisa o comunicado.
Além disso, a SES-GO reforça às Secretarias Municipais de Saúde que notifiquem casos suspeitos da variante Ômicron, com envio de amostras de exames ao Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) para que sejam encaminhadas para sequenciamento genético e monitoramento de novos casos em Goiás.
A diretora de Avaliação de Políticas de Saúde da SMS, Érika Lopes, explica que o número de sequenciamentos realizados é variável, dependendo do cenário epidemiológico e de fatores como o número total de casos positivos, a circulação de variantes de preocupação e o número de hospitalizações, dentre outros. “Em regra, nosso Programa analisa amostras de pacientes com suspeita de reinfecção, pacientes de baixo risco que precisaram de internação e pacientes aleatórios agrupados por semana epidemiológica. Nas últimas semanas chegamos a analisar mais da metade das amostras positivas coletadas pela SMS e agora ampliamos ainda mais o trabalho: todas as amostras com carga viral suficiente coletadas a partir de 8 de dezembro, data do primeiro registro da Ômicron no município, estão em análise”, afirma.
Érika Lopes reforça ainda que enquanto o Sars-CoV-2 estiver circulando, infectando e reinfectando pessoas, ele sofre mutações: “Esse é um processo natural da replicação do vírus e algumas variantes têm um maior poder de adaptação gerando novas linhagens mais infectantes, letais ou com escape imunológico. Daí a importância de se identificar e monitorar as linhagens em circulação para entender melhor a dinâmica de evolução e dispersão do vírus”.
Ômicron no Brasil
De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, até o dia 16 de dezembro, o Brasil havia identificado 19 casos de contaminação pela Ômicron, sendo 13 em São Paulo, 2 no Distrito Federal, 2 no Rio Grande do Sul e 2 em Goiás. Segundo a pasta, evidências científicas apontam que a variante possui um índice de transmissibilidade maior que as outras, mas não há estudos comprovados sobre a sua severidade e nem sobre a resposta vacinal contra a nova variante.
Sobre isso, a Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida reforça que as medidas preventivas contra a covid-19 precisam ser mantidas pela população, tais como o uso correto de máscara, tapando o nariz e a boca, a ventilação dos ambientes, a higienização das mãos e o distanciamento social sempre que possível. “E sobretudo é preciso se vacinar! A vacinação é fundamental e continua salvando vidas”, destaca o secretário Alessandro Magalhães.
Ministério da Saúde antecipa de cinco para quatro meses a aplicação da dose de reforço
Levando em consideração a recomendação do Ministério da Saúde de reduzir o intervalo, de cinco para quatro meses, entre a segunda dose e a dose de reforço da imunização contra a Covid-19, a SMS informa que, em Aparecida de Goiânia, a medida entrou em vigor ontem, 20. A antecipação é uma estratégia nacional que visa aumentar a proteção de todos os brasileiros contra a variante Ômicron.
Moradores que tenham recebido a segunda dose da Coronavac, AstraZeneca ou Pfizer há 120 dias receberão o reforço com o imunizante da Pfizer. O serviço está disponível em 38 postos. Já aqueles que receberam a dose da Janssen há 4 meses, receberão o reforço do mesmo fabricante. O serviço está disponível em dois postos: Drive da Cidade Administrativa e Central de Imunização.
Em Aparecida não é necessário agendar a vacinação. A primeira dose pode ser aplicada em qualquer pessoa acima de 12 anos mediante a apresentação de documento de identidade ou certidão de nascimento, cartão SUS ou CPF. Menores de 18 anos precisam estar acompanhados de algum responsável.
Para receber a segunda dose, basta apresentar documento de identidade e CPF ou Cartão SUS e o Cartão de Vacinação, de acordo com os intervalos mínimos previstos entre a primeira e a segunda aplicação, seguidos pela Secretaria de Saúde: 28 dias para a CoronaVac e oito semanas para Pfizer e AstraZeneca. (E.M)