O papel da Micropigmentação Mamária na autoestima de pacientes
Kézia Fernanda Martins Cavallini
Coordenadora do curso superior de Estética e Cosmética da Faculdade Senac Goiás
Estudos mostram que há quatro pilares que compõem a nossa autoestima: o autoconceito, que é o que pensamos sobre nós mesmos; a autoimagem, que é a forma como vemos nossa aparência física; o auto reforço, que significa o quanto nos recompensamos por nossas conquistas; e a auto eficácia, que se refere ao quanto acreditamos em nossa capacidade de alcançarmos nossos objetivos. Um distúrbio em nossa autoimagem, algo que afete a forma como nos vemos e nos afeiçoamos ao nosso corpo, comprometerá a nossa autoestima.
Uma alteração severa como a remoção da aréola mamária por ocasião da remoção da mama em casos de câncer tem um impacto devastador na autoestima e na qualidade de vida de mulheres. Dados da Sociedade Brasileira de Mastectomia mostram que uma em cada cinco mulheres que precisam fazer a retirada da mama por câncer perdem também o mamilo e a aréola. A mama tem papel fundamental na identidade feminina e sexualidade da mulher, a retirada da mama e a perda ou alteração do mamilo e da aréola, têm para a mulher um significado de limitação estética e funcional.
É nesse contexto que a Micropigmentação, técnica aplicada há bastante tempo para o desenho de sobrancelhas, tem sido fundamental na reconstrução da estética da mama e, consequentemente, na autoestima de mulheres mastectomizadas. O procedimento é realizado através de um aparelho chamado dermógrafo, que deposita abaixo da camada mais superficial da pele, a epiderme, um pigmento. Esse pigmento é uma tinta própria para essa finalidade e o profissional deve realizar a mistura de diferentes tonalidades para chegar na que melhor se aplique a cada tom de pele.
Welide San, micropigmentadora e referência em micropigmentação mamária, conta que por meio de um desenho realista da aréola é possível devolver aspecto de volume, textura, nuances de cor e a sobressaliência do mamilo. A especialista relata ainda que a diferença na percepção da autoestima antes e após a realização da micropigmentação da mama é visível: mulheres que após o procedimento relatam melhora significativa em sua qualidade de vida, relacionamentos e autocuidado.
Por ser um procedimento realizado em uma camada interna da pele, a micropigmentação apresenta indicações e contraindicações, devendo em média ser realizada no mínimo após 6 meses da intervenção cirúrgica. A micropigmentação mamária não é realizada ainda nos hospitais públicos, mas muitos profissionais oferecem atendimento voluntário para mulheres que precisam e não podem arcar com o valor. Mas lembre-se: procure sempre por um especialista e informe-se antes do procedimento.