Pacientes denunciam demora no atendimento em unidades de emergência municipais
Demanda médica da cidade tem aumentado com o surto de Dengue e pandemia de Covid-19
Eduardo Marques
Com surto de Dengue e pandemia de Covid-19, moradores de Aparecida de Goiânia que precisam de atendimento de urgência e emergência na rede pública municipal estão enfrentando um verdadeiro martírio. Nesta segunda-feira, 20, pacientes que foram até à Unidade Pronto Atendimento (UPA) do Buriti Sereno e no Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) do Colina Azul denunciaram o caos nos locais. Segundo os relatos, as unidades de saúde estão com superlotação e o atendimento tem demorado horas, com longas filas.
Segundo o professor Dangello Cunha, que acompanhou uma paciente no Cais Colina Azul, desde à chegada até o atendimento, foram mais de três horas aguardando. Há uma semana, moradores já haviam relatado a sobrecarga da unidade de saúde. Muitos pacientes procuravam auxílio médico no posto de saúde, mas a falta dos profissionais nas unidades estava levando a população desistir do atendimento.
“Eu fui ao Cais Colina Azul acompanhar uma conhecida, que estava queixando pressão alta. A demora no atendimento lá foi por volta de 3 horas, devido a superlotação e a falta de médicos bastante acentuada na rede. Esse problema não ocorre só aqui, mas em todas as UPA’s do município. Na Segunda-feira também havia muitas pessoas na unidade de saúde, inclusive deitadas no lado de fora aguardando serem chamados”, diz ao Diário de Aparecida.
Indignado, o professor conta que, devido à demora, pacientes desistem do atendimento na unidade. “Geralmente, quando não conseguem atendimento vão para casa e torcem para o mal estar passar. Isso é revoltante. Nós contribuímos, fazemos nossa parte. No momento em que a gestão deve fazer a parte dela, está deixando a desejar. O marketing “Cidade Inteligente” é eleitoreiro para vender a cidade de Aparecida bonita, sem problemas, para o interior do Estado. Mas, nós que vivemos aqui convivemos com os problemas: buracos, mato alto e o atendimento ruim na saúde. A gente sabe que essa “Cidade Inteligente” não tem nada de inteligente.
O contribuinte aparecidense sugere ao prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) uma solução para saúde de Aparecida: “Primeiramente, que ele assuma a gestão da cidade. Queremos que ele vivencie a cidade dentro dos bairros e veja as mazelas da cidade. Que ele deixe de ficar fazendo política no interior do Estado e contrate novos médicos para Aparecida de Goiânia. Antigamente, atendimentos básicos de ginecologia hoje não tem mais nas unidades de saúde.
A superlotação relatada no Cais Colina Azul se repetiu na UPA do Buriti Sereno, com pacientes aguardando atendimento sentados no chão da sala de espera. A dona de casa Maria do Socorro, de 65 anos, que está com suspeita de Dengue, reclamou do atendimento. “Cheguei lá meio-dia e saí às 17 horas. Não suportava tamanha dor mais. Atendimento muito demorado. Vizinha minha, que também está com suspeita, foi sábado passado, mas não suportou a demora e foi embora. É um descaso da Prefeitura de Aparecida com os moradores. Nós pagamos nossos impostos e eles não se importam com a gente. É um sentimento de revolta”.
O DA entrou em contato, por e-mail, com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, mas até o fechamento desta edição, a pasta não havia respondido aos questionamentos. Em cumprimento às leis vigentes neste País, o espaço segue aberto para novas declarações.