Prefeito rompeu com a memória de Maguito para tentar sair da “sombra” de Daniel Vilela
Eleito prefeito de Aparecida por duas vezes com o apoio do seu antecessor Maguito Vilela, Gustavo Mendanha alimentava uma mágoa secreta: mesmo com a boa votação que obteve na segunda eleição, continua como um político visto como agregado ao grupo da família Vilela, em que a prioridade para futuros projetos seria do filho e herdeiro político de Maguito – Daniel Vilela.
A “sombra” de Daniel incomodava Mendanha. Assim que Maguito faleceu, começou entre seus assessores mais próximos um movimento de pressão para que ele assumisse voos mais ousados, deixando de ser apenas o que eles definiam como “apêndice” dos Vilelas.
Enquanto isso, conversando com jornalistas, Mendanha se referia a si mesmo como um “mito”, depois dos mais de 90% de votos que obteve nas urnas de 2020, passando a se apresentar nos bastidores como uma opção para o governo do Estado. Na época, o candidato do MDB ao Palácio das Esmeraldas era Daniel Vilela, com base no recall da eleição de 2018, que ele disputou e perdeu, porém, conquistando o segundo lugar (à frente do governador José Eliton, que ficou em terceiro).
Picado pela mosca azul, Mendanha começou a se distanciar de Daniel Vilela e a ignorar o legado de Maguito em suas declarações públicas, puxando a brasa para a sua própria sardinha ao se exibir como responsável pelo salto que Aparecida teve, no passado recente, em matéria de desenvolvimento – conquista, hoje, que está em xeque, diante dos sucessivos índices divulgados por entidades nacionais, mostrando a marcha à ré que tomou conta da economia municipal. No final, rompeu e cortou relações com Daniel, seu ex-“irmãozinho”.