Disque Denúncia e Força Policial foram montados na caça ao maior estuprador de Goiás
Dos 196 anos de condenação pelo estupro de mais de 100 mulheres, Wanderson Alves de Carvalho cumpriu apenas 17
Suely Carvalho
Wanderson Alves de Carvalho, conhecido pelos vulgos nomes “Mulata” e “Dentinho”, apreendeu uma fuga espetacular e misteriosa na noite da última sexta-feira, 17, do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (CPP). O detento, considerado de alta periculosidade, havia sido escoltado da Penitenciária Odenir Guimarães (POG) até a base do Grupo de Guaritas e Muralhas (GGM) para realizar os trabalhos, mas, no início da noite, as equipes do GGM que retornaram à POG perceberam que o preso não havia voltado para cela.
Wanderson, foi condenado há exatos, 196 anos de prisão, pelo estupro de mais de 100 mulheres, sendo que deste total, 55 casos foram registrados em Aparecida de Goiânia e os outros na capital.
O modus operandi do estuprador era sempre o mesmo. Ele sempre usava uma bicicleta, vestia boné e bermuda para abordar suas vítimas, geralmente universitárias. “Ele pedia informação e, quando a jovem ia responder, a atacava com uma arma. Em seguida, a vítima era levada para um terreno baldio onde ele praticava todo tipo de violência sexual e roubava jóias e celulares”, disse a delegada Mírian Aparecida Borges a época da primeira prisão, em 2001.
Naquele ano, Wanderson foi preso e solto em seguida por falta de provas. Em maio de 2004 voltou a ser detido novamente, mas fugiu 14 dias depois. O próprio pai do estuprador foi quem entregou o esconderijo do filho na época, “ ele tem problema mental, já foi internado várias vezes em hospital para doentes mental, ele não funciona da cabeça direito, e é claro que eu temo pela vida dele”, disse o pai em entrevista na época a repórter Rosane Ferraz da Tv Serra Dourada.
Administração Penitenciária abre investigação para apurar fuga
Embora enviada ao Diário de Aparecida, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), órgão jurisdicionado à Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás, (SSP-GO), explicou que uma força- tarefa foi montada, composta pela polícia Penal, equipes de outras forças de segurança, como as polícias Militar e Civil, para dar suporte na averiguação das causas e circunstâncias da fuga de Wanderson, ocorrida na última sexta-feira, 17. As corporações irão analisar todas as condições nas quais a ocorrência se deu. A apuração vai checar qualquer possibilidade para aplicação das sanções necessárias aos envolvidos, reiterou a nota.
Segundo o novo diretor-geral de Administração Penitenciária, Josimar Pires, todas as providências estão sendo tomadas para investigar o contexto da fuga. “A Polícia Penal trabalha diuturnamente para minimizar as possibilidades de fugas ou falhas, que colocam em risco a segurança pública como um todo. Os procedimentos administrativos instaurados juntamente às forças co-irmãs, apurarão as circunstâncias da fuga e medidas já foram adotadas para evitar ocorrências dessa mesma natureza no Complexo e em outras unidades prisionais do Estado”, salientou o diretor-geral.
A DGAP ressalta que notícias sobre o foragido, podem ser repassadas, pelo Disque-Denúncia que foi instalado para que a população de forma anônima por meio de ligação para o 190 da Polícia Militar, 197 da Polícia Civil e pelo (62) 3201-1212 da Ouvidoria da Secretaria de Segurança Pública, possa cooperar na captura do foragido.