Menos de 7,5% da população aparecidense recebeu a dose de reforço contra a Covid-19
Estudos indicam que aplicação gera proteção contra casos graves da variante Ômicron
Eduardo Marques
Apesar das frequentes campanhas publicitárias promovidas pelo prefeito Gustavo Mendanha (sem partido) em expor informações, diga-se de passagem, equivocadas, sobre o controle da pandemia em Aparecida de Goiânia, o município segue ainda em ritmo lento no processo de vacinação contra a Covid-19. Levantamento do Diário de Aparecida, baseado nos dados do Painel da Covid-19 da prefeitura do dia 27 de dezembro de 2021, último registro, mostra que apenas 7,37% da sociedade geral recebeu a dose de reforço contra o novo Coronavírus. Foram 44.367 vacinas aplicadas.
A imunização em duas etapas atingiu apenas 59,91% da população geral do município. Foram 360.603 doses aplicadas na segunda etapa de vacinação. Já a primeira dose dos imunizantes alcançou 69,08% dos aparecidenses, com 415.773 doses aplicadas, segundo o Painel da Covid-19 da cidade. O DA utilizou as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cuja estimativa populacional de Aparecida para 2021 foi de 601.844 habitantes.
Desde o dia 21 de dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde reduziu o intervalo para aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para quatro meses. Até então, o prazo adotado no município era de cinco meses. A antecipação é uma estratégia nacional que visa aumentar a proteção de todos os brasileiros contra a variante Ômicron.
Moradores de Aparecida que tenham recebido a segunda dose da Coronavac, AstraZeneca ou Pfizer há 120 dias receberão o reforço com o imunizante da Pfizer. O serviço está disponível em 38 postos. Já aqueles que receberam a dose da Janssen há 4 meses, receberão o reforço do mesmo fabricante. A atividade está disponível em dois postos: Drive da Cidade Administrativa e Central de Imunização.
No município, não é necessário agendar a vacinação. A primeira dose pode ser aplicada em qualquer pessoa acima de 12 anos mediante a apresentação de documento de identidade ou certidão de nascimento, cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) ou Cadastro de Pessoa Física (CPF). Menores de 18 anos precisam estar acompanhados de algum responsável.
Para receber a segunda dose, basta apresentar documento de identidade e CPF ou Cartão SUS e o Cartão de Vacinação, de acordo com os intervalos mínimos previstos entre a primeira e a segunda aplicação, seguidos pela Secretaria de Saúde: 28 dias para a CoronaVac e oito semanas para Pfizer e AstraZeneca.
Para quem recebeu o imunizante da Janssen, o intervalo de aplicação da dose de reforço também foi reduzido de 4 para 2 meses. A imunização com a Janssen era de dose única, mas em novembro do ano passado o Ministério da Saúde passou a recomendar a aplicação de uma dose de reforço, do mesmo imunizante, até seis meses após a primeira aplicação. “A orientação é baseada em estudos científicos que mostram aumento significativo da imunidade após a aplicação de mais uma dose da vacina”, reforça a coordenadora de Imunização de Aparecida, Renata Cordeiro.
Temível Ômicron
A administração da dose de reforço da Covid-19, no Brasil, acelerou em dezembro de 2021 e hegou pela 1ª vez ao patamar das 10 milhões de aplicações. Com o resultado, o país fechou o ano com 26,6 milhões de pessoas com a proteção extra – o que representa 12% da população.
A alta acontece durante a dispersão da variante Ômicron e a ampliação da 3ª injeção para combatê-la. A cepa é considerada mais transmissível e com escape vacinal. O número cresceu 30% em relação a novembro. Naquele mês, a nação repetiu o desempenho de outubro, sem apressar o ritmo: em ambos foram aplicadas 7,7 milhões de injeções.
Últimos dados da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) apontam que no Estado foram confirmados 38 casos da nova cepa, sendo 22 em Aparecida de Goiânia e 4 na Capital. Os resultados foram obtidos por meio do sequenciamento genômico realizado pela parceria entre a pasta, a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).
As análises concluídas na última quarta-feira, 29, revelaram a ocorrência da Ômicron em nove pessoas sem histórico de viagem ou contato com viajantes e um caso de paciente que viajou recentemente para a África. Outros cinco seguem em investigação epidemiológica. Há, ainda, uma notificação de residente de outro Estado.
A partir desse cenário, já é possível considerar a transmissão comunitária da nova variante em alguns municípios – ocorrência de casos sem vínculo a um paciente confirmado, em área definida, não sendo possível rastrear qual a origem da infecção.
Confira os postos de vacinação no município
Os moradores podem procurar a vacinação contra a Covid-19 nas seguintes Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) abaixo, de segunda à sexta-feira, das 8h às 16h. Já a Central de Imunização e o drive da Cidade Administrativa funcionam de segunda à sexta das 8h às 18h e aos sábados das 8 às 12 horas.
UBS Alto Paraíso, UBS Andrade Reis, UBS Bairro Cardoso, UBS Bairro Ilda, UBS Bairro Independência, UBS Bandeirantes, UBS Buriti Sereno, UBS Campos Elíseos, UBS Cândido de Queiroz, UBS Caraíbas, UBS Chácara São Pedro, UBS Cruzeiro do Sul, UBS Expansul, UBS Independência Mansões, UBS Jardim Bela Vista, UBS Jardim Boa Esperança, UBS Jardim dos Buritis, UBS Jardim dos Ipês, UBS Jardim Florença, UBS Jardim Olímpico, UBS Jardim Paraíso, UBS Jardim Tiradentes, UBS Madre Germana, UBS Nova Olinda, UBS Papillon Park, UBS Parque Trindade, UBS Pontal Sul II, UBS Residencial Anhambi, UBS Residencial Garavelo Park, UBS Retiro do Bosque, UBS Riviera, UBS Rosa dos Ventos, UBS Santa Luzia, UBS Santo André, UBS Veiga Jardim, UBS Vila Delfiore.
Vacinados com CoronaVac podem precisar de 2 reforços da Pfizer contra Ômicron
Duas doses da CoronaVac seguidas por uma injeção de reforço do imunizante da Pfizer-BioNTech mostrou uma resposta imunológica mais baixa contra a variante Ômicron em comparação com cepas anteriores. A informação é de um estudo preliminar publicado na plataforma medRxiv, conduzido por pesquisadores da Universidade de Yale, nos EUA, do Ministério da Saúde da República Dominicana e de outras instituições. O Ministério da Saúde do Brasil ainda não se manifestou até agora.
O regime de duas doses da CoronaVac junto com a injeção Pfizer produziu uma resposta de anticorpos semelhante a duas doses de uma vacina de mRNA – plataforma utilizada nos imunizantes da Pfizer e da Moderna – de acordo com o estudo. Os níveis de anticorpos contra a Ômicron foram 6,3 vezes mais baixos quando comparados com a variante ancestral (nome dado à cepa original de Wuhan, circulante no início da pandemia) e 2,7 vezes mais baixos quando comparados com a Delta.
Akiko Iwasaki, uma das autoras do estudo, disse no Twitter que pessoas que receberam a CoronaVac podem precisar de duas doses adicionais de reforço da Pfizer para atingir os níveis de proteção necessários contra a Ômicron. O regime de duas doses da CoronaVac não mostrou nenhuma neutralização detectável contra a Ômicron, de acordo com o estudo que analisou amostras de plasma de 101 participantes na República Dominicana. (E.M.)