Vacina para crianças chega na segunda quinzena de janeiro
Informação é do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Sobre a entrega de doses pediátricas do imunizante da Pfizer, o laboratório informou que está definindo as etapas de fornecimento com o governo brasileiro
Karine Melo
Repórter da Agência Brasil
As vacinas contra a covid-19 para crianças de 5 e 11 anos de idade começarão a chegar ao Brasil na segunda quinzena de janeiro. A informação foi dada nesta segunda-feira, 3, pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. “Na segunda quinzena de janeiro, as vacinas [para crianças] começam a chegar e serão distribuídas como nós temos distribuído”, disse sem dar detalhes sobre quantidade.
Sobre a entrega de doses pediátricas do imunizante da Pfizer, o laboratório informou que está definindo as etapas de fornecimento com o governo brasileiro. “A Pfizer está atuando junto ao governo para definir as etapas do fornecimento das vacinas contra a covid-19 para imunização da faixa etária de 5 a 11 anos, com estimativa de entregas a partir de janeiro de 2022”.
Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, há duas semanas, a aplicação da vacina da Pfizer para crianças. Diante do aval da Anvisa, o Ministério da Saúde decidiu incluir as crianças no Programa Nacional de Imunização e liberar a vacinação daquelas que apresentarem prescrição médica para isso.
A medida causou reação de governadores e pelo menos 20 Estados, além do Distrito Federal, já adiantaram que não irão seguir a recomendação da pasta. Nessas unidades da federação, a vacinação deverá ser feita sem exigência de pedido médico. São estes, os estados: Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
Nesse público o imunizante já está sendo aplicado nos Estados Unidos, Áustria, Alemanha, Chile, China e Colômbia. Segundo o ministro, o Brasil será “um dos primeiros países a distribuir a vacina para crianças que os pais desejem fazer.”
Consulta pública
No domingo, 2, foi encerrada uma consulta pública aberta pelo Ministério sobre o assunto e amanhã haverá uma audiência pública com especialistas de diversas correntes sobre o assunto na sede da pasta, em Brasília. A lista oficial de participantes ainda não foi divulgada pela pasta. Representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) participarão do debate. Na quarta-feira, 5, a pasta formalizará sua decisão sobre o assunto.
Questionado sobre o assunto, Queiroga ressaltou hoje que a medida não foi um “referendo” nem um “plebiscito”. “Nem é referendo, nem plebiscito. É uma consulta pública, seguida de uma audiência pública onde os especialistas das diversas correntes vão poder discutir para a sociedade tomar conhecimento. O objetivo disso, qual é? Oferecer aos pais as informações necessárias para que eles possam tomar as melhores decisões para os seus filhos”, explicou.
Supremo
A consulta pública para vacinação de crianças foi contestada no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos. Na última sexta-feira, 31, a ministra Cármen Lúcia deu um prazo de cinco dias para que o presidente Jair Bolsonaro e Queiroga prestem informações sobre a medida. A confederação quer que o Supremo determine à União que a vacinação desse grupo passe a ser obrigatória, e que a faixa etária seja incluída com urgência no Plano Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.
Governadores: 90% das cidades podem começar vacinação infantil até 48 horas após receberem doses
Governadores ouvidos pelo blog entraram em 2022 com planos para acelerar a vacinação de crianças contra a Covid ainda em janeiro, assim que receberem as doses do Ministério da Saúde. Os gestores dizem que já estão finalizando planos de distribuição dos frascos e podem começar a aplicação “de imediato”.
O coordenador do Fórum de Governadores, Wellington Dias, do Piauí, afirmou que é possível iniciar a vacinação em 90% das cidades do país em até 48 horas após a entrega das doses aos estados. Em São Paulo, o governador João Dória diz que a vacinação irá se iniciar imediatamente após a entrega – inclusive, no mesmo dia. A ideia é utilizar a rede que já funciona para imunizar adolescentes e adultos.
A Anvisa aprovou a utilização da vacina Pfizer para crianças a partir de cinco anos em 16 de dezembro, mas o governo federal ainda não incluiu a vacina para esta faixa etária no Plano Nacional de Imunização (PNI) e preferiu abrir uma consulta pública com a população – mesmo após a decisão da Anvisa ser chancelada por sociedades médicas e especialistas em pediatria e infectologia.
No Maranhão, segundo o governador Flávio Dino, será possível distribuir as doses para os postos da capital, São Luís, em 24 horas. Já para o interior, a expectativa é de entregar os lotes em 48 horas. No Pará, Helder Barbalho afirmou ao blog que já vem, desde dezembro, cobrando que o governo federal faça a entrega imediata de doses para crianças.
Wellington Dias diz que, em dezembro, governadores se reuniram com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, para pedir pressa na distribuição dos imunizantes. Ouviram que, a partir de 10 de janeiro, as doses podem já estar no Brasil. A maior preocupação dos governos estaduais, agora, é garantir a segurança dos alunos para que os pais não atrasem o retorno das crianças às salas de aula. Em alguns estados, o calendário letivo já começa em janeiro.