Notícias

Caiado avança com a entrega das obras recebidas paradas dos governos tucanos

Governador optou em enfrentar 440 projetos que os seus antecessores, principalmente Marconi e José Eliton, deixaram inacabados e já concluiu uma grande parte deles

Da Redação

Quando assumiu o governo de Goiás em 2019, Ronaldo Caiado não imaginava a quantidade de “obras paradas” que encontraria pelo Estado afora.  Não bastasse a dívida bilionária com o Tesouro Nacional e fornecedores, um volume elevado de recursos públicos investidos nessas obras se desintegrava e deprimia os moradores – testemunhas do descaso e desperdício.

Estima-se que os governos passados aplicaram R$ 9 bilhões nessas centenas de obras que foram corroídas pela ferrugem, erosões e o simples passar do tempo. Até hoje, parte delas acumula lixo, dissemina dengue e gera revolta. Esse é o legado, em sua maioria, dos governos Marconi Perillo e José Eliton, ambos do PSDB. Marconi exerceu quatro mandatos (16 anos) de governador em Goiás e Eliton administrou por nove meses.

Por mais que conhecesse a realidade, o governador eleito enxergava apenas uma pequena amostra dessas obras. Ela acobertava uma das ações mais nefastas da administração sequestrada pela política: começar projetos para ganhar visibilidade, gerar manchetes e logo depois cair no esquecimento.

Caiado convocou a Agência Goiana de Infraestrutura (Goinfra) e requereu informações sobre como agir para recuperá-las. Cobrou então a retomada daquelas que começariam a perder suas estruturas e que estavam prestes a desmoronar.

No total, 440 obras iniciadas nos últimos 20 anos apodreciam no Estado. A tática inaugurar-e-abandonar é apenas eleitoreira – muitas vezes sequer está envolvida em esquemas de corrupção, já que o governo simplesmente abandona a obra quando o eleitor já depositou seu voto e resguardou sua atenção. O governador retomou várias ao mesmo tempo, estabelecendo um cronograma para que pudesse inaugurá-las “sem fake news” e para que fossem realmente funcionais.

O caso mais exemplar é o Hospital do Centro Norte (HCN), localizado em Uruaçu: inaugurada três vezes, a unidade nunca havia atendido uma pessoa sequer. Mas o dia 13 de março de 2021 marcou uma guinada: hospital de grande porte, o HCN agora realmente está funcionando. Começou no combate à Covid-19, mas em 30 de novembro deste ano anunciou atendimento geral.  Foi uma festa para a comunidade da região.

A prova de que o HCN estava inerte é a visitação de deputados estaduais, que ocorreu em 2019. O grupo confirmou que R$ 17 milhões em equipamentos estavam desligados, com softwares desatualizando e hardwares em processo de obsolescência, enquanto a estrutura se parecia mais com uma cidade fantasma. Hoje, a unidade tem capacidade instalada de 186 leitos, dos quais 68 específicos para Terapia Intensiva (UTI), e 118 de enfermaria.

Uma obra parada gasta cinco vezes mais do que a concluída no prazo.  A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) diz que essas estruturas geram prejuízo de R$ 115,1 bilhões à economia do País. Em Goiás, cada cidade tem seu cemitério de obras paradas e negligenciadas.

Estado havia se transformado em cemitério de construções iniciadas, mas não finalizadas

O Governo de Goiás retomou pelo menos 100 obras que estão paradas e geram prejuízos para a população. Outras prometidas também começaram a ser concluídas. Conforme Ronaldo Caiado, não faltam exemplos de pontes planejadas, prometidas ou parcialmente executadas.

O caso da ponte sobre o Rio Paranã, na rodovia GO-484, em Formosa, no Entorno do Distrito Federal, serve para ilustrar também como tais interferências de resgate de promessas dos outros políticos são essenciais. Com investimento de R$ 2,5 milhões, a nova estrutura tem 72 metros de extensão e 10 metros de largura. Substitui a anterior, que era de madeira. “É uma ponte que esperavam há 20 anos”, diz Caiado. “Fizemos ela rapidamente, tudo em concreto. É uma estrutura com mão dupla, transita-se com toda segurança”, completou o governador.

Escolas

Inúmeros colégios estavam nesta mesma situação. É o caso de uma escola estadual de Barro Alto há sete anos inacabada. Geralmente, a obra ocorre em razão da falta de recursos. A história é sempre a mesma: a empresa que realiza a construção recebe comunicado de que o dinheiro vai faltar, demite funcionários e a obra fica congelada no tempo que o gestor quiser – não existe lei que obriga o governante a dar continuidade a uma obra. Vai muito da índole do político. Se existir rixa com o proponente da obra inacabada a tendência é que a estrutura vire pó.

No caso da unidade de Barro Alto, Caiado requereu o aporte de R$ 3 milhões para finalizar o Colégio Guaraciaba Augusta da Silva, que foi concluído em sete meses. Outras unidades escolares em Rio Verde e Silvânia também foram resgatadas da ferrugem. O Colégio Estadual Professor José Pascoal da Silva teve sua construção iniciada em 2013. Falta de pagamentos à construtora geraram até memes entre os moradores de Silvânia, que riam de forma cética com a possibilidade da escola realmente existir.

Retomada em outubro de 2020, após renegociação da dívida, investiu-se R$ 1,5 milhão para terminar a obra em maio deste ano. O Governo de Goiás entregou no início do ano passado o aeródromo de Santa Helena de Goiás. A parceria entre governo estadual e prefeitura do município possibilitou a retomada das obras do modal, que estavam paradas há 10 anos. Com a estrutura, novos investimentos chegarão com mais facilidade na região. Outra obra esquecida que foi lembrada em 2021 é o trecho de 11 quilômetros da GO-174, entre Diorama e Montes Claros de Goiás.

“Se passaram 20 anos de outros governos, e o que faltou, na realidade, foi talvez mais interesse público. Recursos a gente arruma, de uma forma ou de outra. É questão de priorizar. É uma grande obra, muito importante para Goiás. O que faltou foi priorizar”, disse o prefeito de Montes Claros, Vilmar Maciel, ao criticar governantes do passado.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo