Praça no Jardim Goiás vira refúgio de goianienses para evitar depressão e ansiedade
Espaços públicos são opções para garantir qualidade de vida; Praça das Artes recebe visitantes após revitalização feita por moradores
O isolamento e a solidão podem ser responsáveis por aumentar as taxas de depressão e ansiedade entre as pessoas. De acordo com estudo publicado pelo Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, essas condições representaram um aumento do risco de surgimento de doenças psíquicas entre o período em que a solidão foi avaliada e até nove anos depois. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após avaliar mais de 4.500 estudos publicados com mais de 51 mil pacientes avaliados desde 1946.
Para fugir de qualquer possibilidade de adquirir ansiedade e buscar qualidade de vida, a advogada Thaís Palhares costuma frequentar a Praça das Artes, localizada no Jardim Goiás, em Goiânia, com os dois filhos. “É um espaço que nos garante respirar um ar puro, conhecer pessoas. Costumo frequentar com meu filho de 2 anos porque ele gosta muito de ir ao parquinho e brincar”, destaca a moradora da região.
Proporcionar mais espaços de convivência e lazer na cidade, como praças, são defendidos por especialistas para evitar o estresse. Pesquisas recentes têm mostrado que a exposição à luz solar, que provoca a produção da vitamina D no corpo, é fundamental para prevenir uma série de doenças e contribui para melhorar a saúde mental.
Thaís destaca que a praça se torna uma extensão da casa e vira um ponto de encontro com amigos, além de ser um espaço para conhecer novas pessoas. “Nesta região, contamos com outra área importante que o Parque Flamboyant, mas ele é frequentado por muitas pessoas. Aqui, acaba sendo um espaço mais íntimo e, ao mesmo tempo, tem uma área relativamente grande. Além disso, é uma praça que recebe muitos cuidados dos próprios moradores da região, o que gera ainda mais conexão”, explica Thaís.
A Praça das Artes foi construída em 2008 com o objetivo de proporcionar mais interação entre os moradores em uma área de mais de 9 mil metros quadrados (m²), próxima ao Parque Flamboyant. A iniciativa da prefeitura, por meio da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), e de um pool de empresários do setor imobiliário, capitaneado pela GPL Incorporadora, surgiu com o objetivo de oferecer à comunidade um ponto de encontro de pessoas e de diversas manifestações culturais. Segundo o censo de 2010, o bairro já contava com mais de 11 mil moradores na região.
Segundo o diretor da GPL Incorporadora, Guilherme Pinheiro de Lima, a ideia da construção da praça surgiu com a identificação do espaço abandonado e a necessidade de promover mais uma área de integração entre os moradores. “Na época, o Parque Flamboyant já estava pronto e, logo acima, a praça estava abandonada. Conversamos com o prefeito da época, que era o Iris Rezende, e as portas foram abertas para iniciarmos uma parceria de revitalização do local, que passou a se chamar Praça das Artes”, explica o incorporador.
“A praça, com o passar dos anos, foi se tornando um espaço de convivência e diversão das famílias. A área é um verdadeiro reduto dos moradores que espalham bem-estar, inspirados principalmente nas histórias de ícones mundiais e nas mensagens culturais e artísticas dos totens espalhados pela praça”, completa Guilherme.
Remodelação
O espaço contou com um processo de concepção artística do artista plástico G. Fogaça, que criou oito obras de arte em forma de totens para homenagear as personalidades que se dedicaram aos temas ligados à paz: Martin Luther King, John Lennon, Dalai Lama, Mahatma Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Leolídio Caiado, Cora Coralina e São Francisco de Assis. Em 2020, a praça contou com uma remodelação, ganhando uma quadra para a prática de esportes, novos equipamentos (como brinquedos arrecadados por meio de aquisições e doações dos moradores) e reconstrução do pet place por meio de iniciativa de moradores da região.
De acordo com o incorporador da GPL, a iniciativa fez parte da busca da empresa em contribuir para o desenvolvimento do urbanismo da cidade. “O nosso foco é desenvolver a perspectiva das relações humanas e assim melhorarmos o espaço urbano e a qualidade de vida por onde formos atuar”, destaca Guilherme.