Aparecida

Mapa de calor aponta que Aparecida precisa reduzir atendimentos em atividades de alto risco de contaminação

Medidas são necessárias para que o sistema de Saúde do município não fique ainda mais sobrecarregado

Eduardo Marques

Com piora nos números da pandemia de Covid-19, Aparecida de Goiânia está com indicativo de reduzir a capacidade de locais de grande circulação de pessoas, mas a prefeitura ainda continua omissa. Atenta, a gestão municipal de Goiânia já aplica novas regras para conter o vírus na Capital. As medidas são necessárias para que o sistema de Saúde não fique sobrecarregado. O município de Aparecida, por sua vez, está na região Centro-Sul que, na última sexta-feira, 21, avançou para a situação crítica no mapa de risco do Painel da Covid-19 da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) atualizado semanalmente.

Dos 445.900 testes RT-PCR para detecção da Covid-19 realizados em Aparecida de Goiânia, 21,44% deram positivo. Até o último sábado, 22, o município havia confirmado 95.624 casos e 1.774 vieram a óbito. Os bairros com maior incidência são o Jardim Buriti Sereno (4.448), Cidade Vera Cruz (3.903), Jardim Tiradentes (3.072), Setor Garavelo (2.662) e Garavelo Residencial Park (2.195). Os altos números são reflexo do afrouxamento das medidas de combate ao vírus. Até o momento, a cidade possui 1.056 casos ativos, que estão hospitalizados ou monitorados pela Telemedicina, oxímetros e exames. A taxa geral (pública e privada) de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) está em 74%.

O mapa lançado pela SES-GO no início do ano passado é tido como o norteador dos municípios para o endurecimento ou flexibilização de medidas durante a pandemia. Conforme prevê as diretrizes do mapa de calor, “a região que piorou a situação deverá imediatamente adotar as medidas restritivas da situação de piora em que se encontra agora, e manter tais medidas por 14 dias”.

No caso de situação crítica, deve-se reduzir a capacidade de atendimento em atividades de alto risco de contaminação, como bares e instituições religiosas – ambos passam a ter permissão para ocupar 30% da capacidade. Já as atividades de baixo risco, como salões de beleza, barbearias, shoppings e centros comerciais, ficam com o limite de 50% de utilização. Eventos, transporte coletivo e outros setores terão restrições específicas.

Apesar de a pandemia estar em pleno avanço no município, o Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento ao Coronavírus decidiu manter o cenário verde (risco baixo) das atividades comerciais. Embora despreze os números apresentados, a equipe técnica diz que está em alerta sobre a possibilidade de crescimento do número de contaminações por Covid-19.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, destaca que a Campanha de Vacinação é a principal ação para combater a Covid-19. “A principal ação, sem dúvida, é a Campanha de Vacinação. É ampliar a segunda dose e a dose de reforço”. Segundo Queiroga, para conter o caráter pandêmico da doença, é necessário aumentar a cobertura vacinal contra a Covid-19, uma vez que a Campanha de Vacinação provou ser a iniciativa mais eficaz para combater o vírus.

Vale ainda frisar que, além de apresentar dados desatualizados, o ritmo de vacinação contra a Covid-19 em Aparecida segue lento. Levantamento do Diário de Aparecida, baseado nos dados do Painel da Covid-19 da prefeitura do dia 27 de dezembro de 2021, último registro, mostra que apenas 7,37% da sociedade geral recebeu a dose de reforço contra o novo Coronavírus. Foram 44.367 vacinas aplicadas.

A imunização em duas etapas atingiu apenas 59,91% da população geral do município. Foram 360.603 doses aplicadas na segunda etapa de vacinação. Já a primeira dose dos imunizantes alcançou 69,08% dos aparecidenses, com 415.773 doses aplicadas, segundo o Painel da Covid-19 da cidade. O DA utilizou as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cuja estimativa populacional de Aparecida para 2021 foi de 601.844 habitantes.

Cobertura vacinal

Desde o dia 21 de dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde reduziu o intervalo para aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para quatro meses. Até então, o prazo adotado no município era de cinco meses. A antecipação é uma estratégia nacional que visa aumentar a proteção de todos os brasileiros contra a variante Ômicron.

Moradores de Aparecida que tenham recebido a segunda dose dos imunizantes Coronavac, AstraZeneca ou Pfizer há quatro meses pode receber a dose de reforço (terceira dose) mediante a apresentação do documento de identidade e CPF ou Cartão SUS e o Cartão de Vacinação. Quem recebeu a dose única da Janssen também pode receber o reforço no intervalo de dois meses.

No município, não é necessário agendar a vacinação. A primeira dose foi ampliada para qualquer criança na faixa etária de 5 a 11 anos. Para o público infantil, os imunizantes são aplicados na Central de Imunização e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS´s) dos bairros Andrade Reis, Anhambi, Cardoso, Veiga Jardim, Retiro do Bosque e Jardim Olímpico. A Central funciona de segunda à sexta, das 8 às 18 horas, e aos sábados, das 8 às 12 horas. A imunização nas UBS’s ocorre de segunda à sexta-feira, das 8 às 16 horas. As vacinas pediátricas são administradas mediante a apresentação da certidão de nascimento ou RG e cartão SUS ou CPF. As crianças também precisam estar acompanhadas de um responsável legal ou apresentar termo de autorização do responsável.

Para as pessoas acima de 12 anos, as vacinas são aplicadas em 38 postos fixos espalhados pela cidade. A D1 é aplicada mediante a apresentação de documento de identidade ou certidão de nascimento, cartão SUS ou CPF. Menores de 18 anos precisam estar acompanhados de algum responsável. Já a segunda dose é aplicada mediante a apresentação de documento de identidade e CPF ou Cartão SUS e o Cartão de Vacinação, de acordo com os intervalos mínimos previstos entre a primeira e a segunda aplicação, seguidos pela SMS: 28 dias para a Coronavac e oito semanas para Pfizer e AstraZeneca.

Prefeitura de Goiânia aplica novas regras para conter Covid-19 na Capital

A Prefeitura de Goiânia anunciou no dia 17 de janeiro novas regras que estão sendo adotadas pelo município para o enfrentamento da Covid-19, que voltou a ter grande número de contaminados por causa da chegada da variante Ômicron. As medidas estão voltadas principalmente para o setor de entretenimento, que tiveram público reduzido nos espaços fechados e abertos da Capital. Decreto que foi publicado no dia seguinte, terça-feira, 18, também proíbe a realização de festas de Carnaval este ano, incluindo os festejos pré-carnavalescos.

Eventos como shows, apresentações e festas na Capital estão restritos a um público menor. Bares, restaurantes, lanchonetes e similares devem funcionar com lotação de 50% da capacidade do local, obedecendo o distanciamento entre as mesas de 1,5 m.

Para o funcionamento de boates e casas de espetáculos, o número de pessoas presentes também está limitado a 50% da capacidade de cada estabelecimento e fica proibido o uso de pistas de dança e permanência de pessoas em pé.

A regra da lotação de no máximo 50% da capacidade também vale para o funcionamento de shoppings, cinemas e celebrações religiosas, realização de shows e festas, assim como para os estabelecimentos destinados à recreação e práticas esportivas e recreativas, como o Zoológico e o Parque Mutirama.

Conforme explicou o secretário de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, fica autorizada a realização de eventos sociais e corporativos limitados à ocupação de no máximo 50% do espaço, obedecidos os demais protocolos estabelecidos em Nota Técnica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e com limite máximo de 500 pessoas, vedada a permanência de pessoas em pé. (E.M.)

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