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Editorial: Mendanha no escuro

Depois de meter na cachola a ideia de se transformar em liderança estadual pelo caminho de lançar o seu nome para disputar o governo de Goiás, o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha chega a um ano de articulações com um saldo negativo.

Ele andou pelos municípios – “Mais de cem, em 2021”, disse a O Popular – e foi seguidas vezes a Brasília e até a São Paulo para se encontrar com dirigentes partidários nacionais, à cata de apoio político e de um partido para sustentar a candidatura. Mexeu, remexeu e nada, pelo menos até agora.

Mendanha está no escuro. A falta de cacife para alcançar um objetivo tão qualificado como o Palácio das Esmeraldas é evidente e ostensiva. E ainda entra na conta o despreparo pessoal: segundo o Jornal Opção, o prefeito seria incapaz de explicar o que é Taxa Selic, dentro da sua visão e conhecimento limitados sobre a realidade de Goiás e do Brasil.

E, acrescentamos aqui, Aparecida também. Mendanha talvez até possa enxergar e por isso tem consciência do que acontece de verdade no município que (des)governa, mas não vê. Contradição? Não. Enxergar é uma coisa e ver, outra. Esse último sentido tem a ver com omissão. As chuvas esburacaram ainda mais as ruas ele prometeu nas suas 1ª e 2ª campanhas, mas não pavimentou e hoje são consumidas pela erosão. Vias asfaltadas foram destruídas. A avenida dos Missionários, no Jardim Maranata, uma das que Mendanha asfaltou há menos de um ano, retornou à condição de terra e lama, com os moradores do bairro classificando como “casca de ovo” o pavimento implantado pelo prefeito.

Passando grande parte do seu horário de expediente preocupado com articulações políticas e viajando sem cessar a outros municípios e até Estados, o prefeito de Aparecida perdeu o rumo. E junto levou a sua cidade.

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