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Risco de derrota ronda Marconi na eleição para deputado federal

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) tem mostrado baixo estado de ânimo para disputar o governo em 2022, quando teria como adversário o governador Ronaldo Caiado (DEM). Foi o que o tucano mais uma vez deixou transparecer na entrevista que concedeu ao jornal O Popular na última sexta-feira, 2. Seria a sua grande oportunidade de tentar exercitar aquelas suas habilidades políticas colocadas em prática nos anos dourados do Tempo Novo (1999 – 2018). Durante aqueles 20 anos, o ex-governador só não conseguiu eleger o prefeito de Goiânia nenhuma vez.

Com exceção de 2018, quando foi fragorosamente derrotado tanto como candidato a senador (ficou em 5º lugar), quanto como apoiador do candidato a governador do seu partido, José Eliton, 3º colocado na disputa, Marconi ganhou todas as eleições que disputou e ainda teve peso decisivo na vitória do governador Alcides Rodrigues (PP) em 2006.

Considerado um político que sabia usar máquina para vencer eleições, Marconi chegou a ser comparado por alguns naquele na época ao “Rei Midas” da política em Goiás, pelo fato de que quase todas as candidaturas apoiadas por ele eram vitoriosas. Como ocorria com o personagem da Mitologia Grega, tudo que ele tocava se transformava em ouro, politicamente falando.

Porém com uma ressalva fundamental para que pudesse ter conseguido ostentar tanto sucesso: em todas aquelas vitórias nas eleições de governador, o tucano esteve alicerçado no poder da máquina que estava em suas mãos. Com exceção da sua primeira eleição em 1998, quando foi apoiado por todos os partidos da oposição liberal em Goiás, a exemplo do antigo PFL, cujo presidente era o então deputado federal Ronaldo Caiado.

Naquela época, o PFL ainda tinha entre os seus quadros o deputado federal Vilmar Rocha. Ambos vestiram a camisa do tucano, como se o candidato fosse um deles. No caso de Caiado, ele se dedicou mais ao palanque da campanha majoritária naquele ano do que à sua própria para deputado federal.

Mas, como a relação entre o tucano e o pefelista já vinha sofrendo solavancos, ela acabou de vez em 2014, quando houve o rompimento do democrata com o tucano e sua eleição para o Senado em aliança com o MDB de Iris Rezende. Quatro anos depois, o senador Ronaldo Caiado foi eleito governador.

Ainda em relação a Marconi Perillo, o seu partido – o PSDB – entrou num processo tão intenso de esfacelamento nestes últimos dois anos, com a saída de prefeitos e de parlamentares, que as evidências indicam que poderá enfrentar dificuldades para montar uma chapa competitiva de candidatos a deputado federal. É aí que mora o perigo, porque sem uma chapa com vários nomes potencialmente fortes do ponto de vista eleitoral, capazes de atrair votos para o partido, o ex-governador passa a ter motivos para ficar preocupado com a sua própria eleição, caso ele venha disputar vaga na Câmara Federal.

Com a proibição das coligações proporcionais, haverá a necessidade de um número bem maior de votos para que o partido tenha direito a uma das vagas na Casa. Há dois exemplos de candidatos a deputado federal que foram muito bem votados na eleição e, no entanto, não foram eleitos porque os seus partidos não atingiram o quociente eleitoral, que é o número mínimo de votos estipulado pela Legislação Eleitoral, para que o partido tenha o direito a uma vaga na Casa na qual ele esteja disputando eleição: o ex-governador Ary Valadão (PDS), em 1982 e ainda vereador Jorge Kajuru (PMN), em 2014.

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