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Jornalista brasileira com nanismo conquista estágio na ABC dos EUA 

Leda diz nunca viu o nanismo como uma coisa que a inabilitou de conquistar as coisas

A jornalista Leda Alvim, de 21 anos, e nascida em São José dos Campos, interior de São Paulo, vive em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Formada em solo norte-americano, a brasileira acaba de ser contratada para estagiar na ABC News, que está entre os grupos de comunicação mais famosos do mundo.  

A formatura foi há pouco tempo, no mês passado. Com uma bagagem rica em experiências, a jornalista foi notada pela ABC e começou o novo serviço no dia 10 de janeiro. “Estou bem animada, é um sonho que está se tornando realidade. As noites acordadas escrevendo matérias valeram a pena”, brinca Leda.  

Superação  

Em um site pessoal, a jornalista destaca que o nanismo foi uma das razões que a conectaram ao jornalismo. Ela diz que, quando criança, não entendia os olhares que a identificavam como “diferente” e que faltava representatividade. “O fato de não ter encontrado um lugar onde realmente pertencia me permitiu mergulhar mais fundo no mundo da contação de histórias”, diz Leda.  

  “Eu nunca vi o nanismo como uma coisa que me inabilitou de conquistar as coisas. Nunca vi como um motivo de me rebaixar, de não acreditar em mim mesma. Acho que o importante foi saber do meu esforço, da minha persistência, do meu trabalho, do que eu acreditava, da minha paixão e ir para frente”, destaca a jornalista sobre a receita dos bons frutos que tem colhido.    

Hoje, Leda diz que ser diferente é um dos maiores elogios que alguém pode oferecer para ela. “Para que ser normal ou querer se igualar a outras pessoas? Com suas diferenças você cria sua própria identidade e marca, e isso é o que torna você inesquecível”, considera a jovem.  

Acessibilidade na faculdade  

  Questão importante para muitos que podem se inspirar com a história de Leda são as experiências da jovem com a acessibilidade em outro país. Ela diz que a vida escolar e na faculdade foram tranquilas. “Aqui nos EUA o tópico de acessibilidade é bem discutido e abordado”, diz a jornalista, que lembra de dificuldades pontuais como banheiros com pias altas.  

Apesar disso, ela destaca que, mesmo lá, a acessibilidade para pessoas com nanismo ainda precisa avançar. “Na minha faculdade tinha rampa em todos os lugares para quem precisa usar rampas, por exemplo. O nanismo é esquecido na conversa, pelo motivo de não ser muito reconhecido e não ter muita representatividade. As pessoas não pensam muito, elas assumem que as pessoas têm uma altura padrão e que é assim que acontece”, considera.  

  Para a jornalista, a chave da mudança está justamente na representatividade. “A chance de eu ter visto uma pessoa com nanismo na minha faculdade foi muito pequena. A administração não percebe que isso também é uma causa que precisa ser abordada, reconhecida e que os lugares precisam ser adaptados para servir a essa população”, acrescenta a jovem.

 

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