Saúde

Estudo chileno diz que terceira dose da CoronaVac reconhece ômicron

Segundo pesquisa, dose de reforço aumenta níveis de anticorpos neutralizantes que se mantêm por longo tempo

Um estudo de fase 3, realizado no Chile, observou que indivíduos que tomaram a terceira dose da CoronaVac possuem células T que reconhecem a proteína Spike da variante ômicron, de maneira equivalente à cepa original do SARS-CoV-2 e às variantes gama e delta, o que indica que o imunizante pode conferir proteção contra a ômicron, assim como contra as demais variantes de preocupação.

O estudo realizado pelo Instituto Milênio de Imunologia e Imunoterapia, em conjunto com as Faculdades de Medicina e de Ciências Biológicas da Pontifícia Universidade Católica do Chile, demonstrou ainda que a dose de reforço da CoronaVac induziu o fortalecimento da imunidade contra o SARS-CoV-2, restabelecendo os níveis de anticorpos neutralizantes e células T contra a Covid-19 acima dos níveis obtidos na segunda dose e que essa elevação na proteção se mantém por, ao menos, um ano após o recebimento da primeira dose.

“Os resultados deste estudo científico-clínico mostram que este esquema de vacinação [de três doses] induz anticorpos contra a proteína Spike (S), anticorpos neutralizantes e resposta imune celular antiviral, baseada em linfócitos T produtores de interferon gama (IFN-γ) [uma citocina liberada após ação da resposta imune]”, descreve o estudo.

Os dados são preliminares e ainda não foram publicados, mas já são considerados animadores em termos da capacidade dos imunizados com a CoronaVac de reconhecer componentes da ômicron, descreveram os pesquisadores.

Essa também é a opinião da imunologista e liderança científica do Butantan, Denise Tambourgi. “Os dados, embora preliminares, sugerem que a terceira dose de CoronaVac é uma proteção a mais contra a variante ômicron; indicam que a vacina induz uma resposta imune celular contra a ômicron”, afirma.

“A CoronaVac induz memória imunológica e, quando se toma outra dose, ela é estimulada. Além disso, esse estudo evidencia que a produção de anticorpos se mantém por um longo tempo após a terceira dose, o que é promissor”, ressalta a imunologista.

A análise dos pesquisadores chilenos foi feita com base na aplicação da terceira dose de CoronaVac seis meses após o recebimento da primeira dose em 12 pessoas. Além desse estudo, há outras pesquisas em andamento no Chile que avaliam a resposta imunológica da dose de reforço do imunizante do Butantan e da Sinovac.

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