Aparecida

Ocupação de leitos de UTI’s para covid-19 mais do que dobra nos últimos 30 dias em Aparecida

Lotação dos leitos de enfermarias teve aumento de 44% no mesmo período

Eduardo Marques

Com o avanço desenfreado da variante Ômicron em Aparecida de Goiânia, a taxa de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) públicas para tratamento de Covid-19 no município mais do que dobrou nos últimos 30 dias.

De acordo com o boletim epidemiológico da cidade divulgado no dia 27 de dezembro de 2021, a lotação estava em 34%. Porém, o índice de ocupação das UTI’s subiu para 71% na última quinta-feira, 27.

A ocupação dos leitos de enfermarias teve aumento de 44%. Atualmente, o índice está em 64%.

No entanto, há 30 dias, no dia 27 de dezembro, a lotação para esse tipo de vaga hospitalar no município estava em apenas 20%.

Além disso, os números de casos e mortes por Covid-19 no município também permanecem altos. 

Até o momento, de acordo com informações da Secretaria de Saúde de Aparecida, 97.379 pessoas contraíram a doença, sendo que 1.777 vieram a óbito.

A média móvel do número de casos de Covid-19 em Aparecida de Goiânia subiu mais de 1.000% entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022.

No entanto, em virtude da vacinação, a média móvel de óbitos no mesmo período continua abaixo de 1.

Especialistas apontam que a explosão de casos da Ômicron era previsível baseando-se na experiência de outros países como a África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.

“Não fugiu do que prevíamos, já que teríamos as duas maiores comemorações do ano, Natal e Ano Novo, seguidas das férias tradicionais de janeiro”, aponta Christiane Kobal, presidente da Sociedade Goiana de Infectologia (SGI).

O infectologista Luiz Felipe Sales, que atua no Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), também defende o mesmo ponto de vista da colega e afirma que a junção de uma variante mais transmissível com o afrouxamento dos protocolos sanitários resultou no cenário atual.

“Era previsto este aumento. É importante lembrar que ainda não chegamos ao pico. As previsões são para que ele ocorra em fevereiro”, alerta o médico. 

A primeira morte causada pela variante Ômicron do Coronavírus no Brasil foi confirmada em Aparecida de Goiânia, no dia 6 de janeiro.

Desde então, a cidade e todo país enfrentam um aumento no número de casos e internações por Covid-19. De acordo com o secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, metade da população goiana deve ser contaminada com a variante Ômicron até meados de fevereiro.

“O ritmo de contaminação está muito grande. Mapeamento genético realizado pela secretaria apontou que, entre os dias 6 e 13 de janeiro, 100% das pessoas contaminadas estavam com a variante Ômicron, que se transmite muito rapidamente. Como a população está transitando livremente, acreditamos que até meados de fevereiro 50% da população goiana será contaminada”, explicou o secretário.

No entanto, Ismael Alexandrino aponta que as internações e mortes devem permanecer mais baixas devido à vacinação da população.

“Claro que esse número [de 50% da população contaminada] não deve ser transportado de forma automática para internações e mortes. No entanto, é preciso ter cautela.

Como tem um número muito grande de contaminados, os números podem aumentar. Então o uso da máscara tem que continuar e a vacinação ser feita”, diz.

A superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, afirma que os indicativos são de que esta será a pior onda da pandemia de Covid-19 em número de casos.

“Primeiro porque a variante é mais transmissível. Segundo porque estamos saindo de um período de férias em que o contato entre as pessoas foi muito grande”, cita a especialista. Para ela, os números não surpreendem a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), já que a evolução se mostra parecida com a observada em outros países como os Estados Unidos.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo