Guarda Civil completa 30 dias acampada em frente à prefeitura em protesto às perdas salariais
Em meio às reuniões que não avançam com os secretários municipais, o SindGuardas protocolou ofício solicitando audiência com o prefeito Gustavo Mendanha. Caso a categoria não seja atendida em até 5 dias, haverá uma indicação de assembleia para deliberar uma paralisação
Ana Paula Arantes
Hoje completam 30 dias que agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) se encontram acampados em 34 barracas em frente à Cidade Administrativa Luiz Alberto Maguito Vilela, sede da prefeitura, em protesto às ilegalidades salariais que a classe sofre desde 2017. Entre reuniões com os secretários, André Rosa da Fazenda, Arthur Henrique da Administração, Roberto Cândido, Segurança municipal, e Davi Mendanha, Segurança Institucional, em meios à pedidos judiciais da prefeitura para remoção do acampados, inclusive com apoio da Polícia Militar de Goiás (PM-GO) contra os agentes acampados, contra a Associação dos Guardas Civis do Estado de Goiás (AGC-GO), e o Sindicato dos Guardas Civis municipais do Estado de Goiás (SINDGUARDAS), a manifestação segue firme, sem sinais de que irá retroceder.
O presidente do Sindguardas, o GCM Ronaldo Ferreira Egidio, comunicou ao Diário de Aparecida que dia 29 de janeiro foi protocolou o ofício 004/2022 ao prefeito Gustavo Mendanha que em vista ao descumprimento do compromisso público outrora firmado, representado pelo secretário da Fazenda, André Ferreira da Rosa, a classe solicita uma audiência, com o prefeito no prazo razoável de 05 (cinco dias) a fim de que o impasse entre a categoria e a administração municipal se resolva.
“Tudo o que o secretário André Rosa combinou, nada foi para frente, esse é um dos motivos da solicitação de audiência com o prefeito. Caso não formos atendidos, vamos fazer uma indicação de assembleia para deliberar uma paralisação, claro que isso vai depender da categoria. O sindicato é uma ferramenta de luta da corporação no qual temos nossas atitudes legalmente respaldadas nos estatutos”, afirmou Egídio.
Sindicato dos Guardas explica à população as negligências sofridas pela prefeitura
“O Sindicato dos Guardas Civis Municipais do Estado de Goiás (SindGuardas) vem por este ato perante toda sociedade aparecidense esclarecer que a insatisfação dos Guardas Municipais deste município, ocorre em razão do repleto descaso por parte da Prefeitura para com a categoria. É que há anos o governo municipal não vem cumprindo os direitos dos trabalhadores assegurados em lei. O próprio poder judiciário vem reconhecendo nos últimos anos esses direitos, determinando que a administração municipal possa cumpri-los através das ações propostas na justiça pelo SindGuardas. Mesmo assim os administradores protelam, e procrastinam tais decisões. Importante esclarecer que vários GCMS, perderam suas vidas durante a pandemia quando atuaram diuturnamente com outros colegas, em especial junto ao pessoal da saúde, laborando carga horária exorbitante e desumana. Contudo, para justificar o abandono desses trabalhadores, o governo municipal se amparou na Lei Federal 173 de março de 2020, que suspendeu gastos durante o agravamento da pandemia. Salário defasado, descumprimento do plano de carreira, suspensão do qüinqüênio, irregularidades na contribuição previdenciária, obrigatoriedade para cumprir carga horária ILEGAL, são somente alguns exemplos das inúmeras injustiças a que estão sendo submetidas estes profissionais. Por tudo isso a categoria, através do SindGuardas continuará lutando de todas as formas que a lei permitir, para que a triste realidade acima exposta seja resolvida o mais rápido possível, pois a população do Município depende do trabalho destes profissionais.” (A.P.A.)
“Nos fizeram trabalhar a mais sem receber pelas horas”
Ao Diário de Aparecida foi informado por Cléber de Moura Prudente, conhecido como GCM Prudente, um dos líderes do acampamento, que o salário sofre defasagem desde as previsões legais da Lei Complementar 111/2015 que trata o plano de carreira da Guarda. Ele explicou que o R.E.T.G.M (Regime Especial de Trabalho da Guarda Municipal) foi pago com incorporação durante em 2016 e 2017, e em 2018 por via parecer jurídico foi cortado, causando um prejuízo de cerca de 1 salário mínimo.
“E ainda, os servidores que tiveram os quinquênios adicionados, por exemplo sobre 16 anos, estão recebendo apenas 2 anos, no qual deveria ser acrescentado um terceiro quinquênio às folhas de pagamentos. Referente ao decreto municipal que elevou o aumento da carga horária de 160 para 180, a prefeitura alega em nota que reduziu de 200 mensais para 180, quando na verdade os agentes cumpriam 160 e por decreto subiu para 180, porém, não houve revisão salarial para a Guarda Civil, nos fizeram trabalhar a mais sem receber pelas horas”, detalhou o GCM Prudente sobre as perdas salariais. (A.P.A.)
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