Persistentes, guardas civis metropolitanos cobram direitos trabalhistas negados pela gestão de Aparecida
Em meio a pedidos judiciais da prefeitura para remoção dos acampados, a manifestação segue firme, sem sinas que irá retroceder
Eduardo Marques
Persistentes, os guardas civis metropolitanos acampados com barracas desde o dia 3 de janeiro na porta da Cidade Administrativa Luiz Alberto Maguito Vilela, cobram da Prefeitura de Aparecida de Goiânia que seus direitos trabalhistas sejam atendidos. Entre reuniões com os secretários, André Rosa da Fazenda, Arthur Henrique da Administração, Roberto Cândido, Segurança municipal, e Davi Mendanha, Segurança Institucional, em meio a pedidos judiciais da prefeitura para remoção dos acampados, inclusive com apoio da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) contra os agentes acampados, contra a Associação dos Guardas Civis do Estado de Goiás (AGC-GO), e o Sindicato dos Guardas Civis Municipais do Estado de Goiás (SindGuardas), a manifestação segue firme, sem sinais de que irá retroceder.
Ao Diário de Aparecida, o presidente da Associação dos Guardas Civis do Estado de Goiás (AGC-GO), Jefferson Monteiro Santana, conhecido como Comandante Santana, declarou que a categoria pretende ir até à Câmara Municipal na próxima terça-feira, 15, realizar um outro movimento.
“Até hoje, a gestão municipal ainda não chamou a classe para negociar as nossas reivindicações. Enquanto as pautas não foram atendidas, os guardas vão continuar lá acampados e lutando pelos direitos”, garantiu.
A categoria marcou outra Assembleia Extraordinária para a próxima quarta-feira, 16, às 9 horas, no Quartel da Guarda Civil Metropolitana, no Residencial Garavelo Park.
Na tentativa de intimidar o movimento, a prefeitura do município até entrou na justiça para retirar os colaboradores da porta da sede da gestão, mas a categoria venceu. Em entrevista anterior, Comandante Santana frisou que a manifestação é de toda categoria.
“Não é a associação que está à frente do acampamento. É toda a categoria. Vou aguardar a decisão da juíza e se me citar vou acionar o jurídico da associação”, aponta o agente.
Os integrantes da Guarda Civil Metropolitana estão desde o dia 3 de janeiro acampados em frente à prefeitura do município para cobrar reajuste salarial. O salário base, sem gratificações, do Guarda Municipal de Aparecida em dezembro de 2021 foi de R$ 1,1 mil, abaixo do valor do salário-mínimo fixado para 2022, que é de R$ 1.212. Além da melhoria salarial, entre as reivindicações da categoria também estão criação de plano de carreira e ajuste da carga horária da profissão.
Cléber de Moura Prudente, conhecido como GCM Prudente, explicou ao DA que a categoria busca respostas que contemplem o plano de cargos e salários. “Se a prefeitura tiver uma proposta real de benefício para o servidor público, que então seja repassada para as nossas entidades classistas e estes tragam para nós a proposta que se for satisfatória, levantamos acampamento e desocupamos o pátio. Fora isso, não temos previsão de sair até a manifestação justa gestão pública”, asseverou o GCM Prudente. Prudente relembrou que foi anunciado em lives e entrevistas pelo prefeito Gustavo Mendanha o pagamento da data-base em 9,94%. Desse modo, uma das indignações é que a porcentagem é inferior a do governo federal que está em 10%. Ou seja, o que vai valer é o do governo federal e não o que a data-base de 9,94% que o prefeito anunciou.
“O prefeito falou que deu alguma coisa e não deu nada. Ele fez fake news como se fosse dar um aumento de 10%, só que esse aumento inexiste. Como nós recebemos um salário mínimo que serve como base de cálculo para todos os nossos vencimentos, os 9,94% anunciados pelo prefeito não alcança o total do salário mínimo de 1.210 reais, então o prefeito não deu nada só fez propaganda”, pontuou Prudente. Os guardas civis que aderiram à manifestação não paralisaram seus serviços. A ação está sendo mantida por revezamento, pois não é uma paralisação.
O servidor critica a gestão municipal. “Os acampados mantêm firmes no propósito. A demora da Prefeitura de Aparecida demonstra despreparo. Esperamos que o prefeito saiba administrar e conversar com a categoria, já que ele pretende ser um gestor em maior escala. Além de chamar atenção do Executivo Municipal, queremos também da Câmara Municipal do município. Cobramos nossos direitos e não vamos recuar”, defendeu.
A reportagem entrou em contato, por e-mail, com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Aparecida de Goiânia para apresentar aos leitores o plano que a prefeitura possui de atendimento às reivindicações da categoria, porém, até o fechamento desta edição, a pasta não havia respondido aos questionamentos. Em consonância com a ética e as leis vigentes neste País, o DA esclarece que o espaço segue aberto para novas manifestações.