Guardas civis de Aparecida participam de nova Assembleia Geral Extraordinária para decidir aquartelamento
Objetivo da categoria é cobrar da prefeitura o cumprimento de direitos trabalhistas
Eduardo Marques
Os agentes da Guarda Civil Municipal Metropolitana (GCM) de Aparecida de Goiânia participam hoje, 16, de uma nova Assembleia Geral Extraordinária para discutir o aquartelamento de toda corporação até que a administração pública local atenda as reivindicações da categoria. O ato está previsto para começar a partir das 9 horas no Quartel da GCM, no Garavelo Residencial Park.
Acampados na porta da Cidade Administrativa Luiz Alberto Maguito Vilela com barracas desde o dia 3 de janeiro, guardas denunciam à população as negligências sofridas pela prefeitura. Ao Diário de Aparecida, o presidente da Associação dos Guardas Civis do Estado de Goiás (AGC-GO), Jeferson Monteiro Santana, conhecido como Comandante Santana, esclareceu que a manifestação de hoje não configura greve e declarou ainda que até o momento a Prefeitura de Aparecida de Goiânia ainda não chamou a categoria para negociar as demandas. “Até hoje, a gestão municipal ainda não chamou a classe para negociar as nossas reivindicações. Enquanto as pautas não foram atendidas, os guardas vão continuar lá acampados e lutando pelos direitos”, garantiu.
Por documento, o Sindicato dos Guardas Civis Municipais do Estado de Goiás (SindGuardas) explica o motivo do acampamento. “O SindGuardas vem por este ato perante toda sociedade aparecidense esclarecer que a insatisfação dos Guardas Municipais deste município ocorre em razão do repleto descaso por parte da Prefeitura para com a categoria. É que há anos o governo municipal não vem cumprindo os direitos dos trabalhadores assegurados em lei. O próprio poder judiciário vem reconhecendo nos últimos anos esses direitos, determinando que a administração municipal possa cumpri-los através das ações propostas na justiça pelo SindGuardas”.
A entidade complementa que salário defasado, descumprimento do plano de carreira, suspensão do quinquênio, irregularidades na contribuição previdenciária, obrigatoriedade para cumprir carga horária ilegal, são somente alguns exemplos das inúmeras injustiças a que estão sendo submetidas estes profissionais. “Por tudo isso a categoria, através do SindGuardas, continuará lutando de todas as formas que a lei permitir, para que a triste realidade acima exposta seja resolvida o mais rápido possível, pois a população do Município depende do trabalho destes profissionais”, pontua.
Cléber de Moura Prudente, conhecido como GCM Prudente, explicou ao DA que a categoria busca respostas que contemplem o plano de cargos e salários. “Se a prefeitura tiver uma proposta real de benefício para o servidor público, que então seja repassada para as nossas entidades classistas e estes tragam para nós a proposta que se for satisfatória, levantamos acampamento e desocupamos o pátio. Fora isso, não temos previsão de sair até a manifestação justa gestão pública”, asseverou o GCM Prudente.
Djheis William de Azevedo, presidente da Associação do Servidor Público Municipal e Estadual do Estado de Goiás (Asemgo), disse anteriormente ao DA que a entidade reconhece que a manifestação dos guardas por meio de barracas acampadas em frente à prefeitura é legal. Colocou que o aumento de 9,94% não muda nada no salário base da maioria dos servidores públicos. Djheis William citou que os servidores comissionados que trabalham na área social, como os ambulanceiros, cujo os salários não terão alteração em nada, pois seus tíquetes de alimentação giram em torno de 60 reais mensais.
“Já a Guarda Municipal sequer tem vale alimentação, apesar de terem ganhado na justiça, como as horas extras, ganhos em 2ª instância, recorreram novamente, mas estão perdendo na justiça. O que eu vejo é que o Poder Público Municipal não cumpre as sentenças judiciais, isso é um total desrespeito com o funcionário público. Quer saber se o prefeito é bom? Converse com os funcionários públicos que estão em campo, certamente será constatado uma enorme insatisfação com o nosso prefeito que visivelmente está mal assessorado”, opinou, Djheis William.
Secom em silêncio
A reportagem entrou em contato, por e-mail, com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Aparecida de Goiânia para apresentar aos leitores o plano que a prefeitura possui de atendimento às reivindicações da categoria, porém, até o fechamento desta edição, a pasta não havia respondido aos questionamentos. Em consonância com a ética e as leis vigentes neste País, o DA esclarece que o espaço segue aberto para novas manifestações.