Saúde

Imunoterapia traz novas possibilidades para tratamento do câncer do colo do útero, afirma oncologista

O médico Ramon Andrade de Mello diz que essa opção terapêutica tem sido promissora

Estudos recentes apontam que a imunoterapia tem trazido resultados promissores para o tratamento do câncer do colo do útero. “Menos agressiva que a quimioterapia e a radioterapia, o tratamento imunoterápico com o medicamento cemiplimabe abre possibilidades de sobrevida de pacientes com metástase”, explica o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal.

 

De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer do colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente entre as mulheres, desconsiderando-se o câncer de pele não melanoma. A doença ocupa a quarta posição de casos de morte da população feminina por câncer no país. “As pesquisas recentes trazem um novo horizonte no tratamento desse tumor”, aponta o pesquisador.

 

Os estudos com 608 mulheres mostraram que a média de sobrevida foi maior no grupo do medicamento imunoterápico em comparação com o grupo de quimioterapia. “A imunoterapia é um tratamento que estimula o sistema imunológico do organismo ou ajuda esse sistema a atacar apenas as células cancerígenas”, esclarece Ramon de Mello. Segundo ele, o tratamento imunoterápico tem sido cada vez mais aplicado com sucesso, por exemplo, contra o câncer renal e câncer de pulmão.

 

O câncer do colo do útero tem como uma das principais causas as infecções persistentes por alguns tipos de HPV (Papilomavírus Humano). O início precoce da vida sexual com múltiplos parceiros, bem como o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais, também podem colaborar para o surgimento desse tumor.

 

“A prevenção sempre é a melhor medida para qualquer tumor. Nesse caso, o exame Papanicolau ajuda a detectar lesões e o diagnóstico precoce do câncer do colo do útero. O procedimento é recomendado às mulheres entre 25 e 64 anos de idade, que já tiveram ou têm vida sexual ativa, e deve ser realizado a cada três anos”, orienta Ramon de Mello.

 

Esse tumor oncológico pode não apresentar sintomas na sua fase inicial e o exame preventivo é de grande importância para o diagnóstico precoce. Nos casos mais avançados, a paciente pode apresentar sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual. O tumor pode ainda provocar secreção vaginal anormal e dor abdominal relacionada a queixas urinárias ou intestinais.

 

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