População do Setor Vale do Sol, em Aparecida, enfrenta transtornos por falta do asfalto
Em virtude dos barrancos, morador do bairro morreu porque profissionais de saúde não conseguiram chegar com a ambulância para socorrer a vítima
Eduardo Marques
Os problemas enfrentados pela população de Aparecida de Goiânia com a falta de asfalto, iluminação pública e mato alto nas propriedades públicas e privadas têm ganhado notoriedade na imprensa goiana. Os moradores do Setor Vale do Sol sofrem transtornos por causa de erosões nas ruas e avenidas que não possuem pavimentação asfáltica. Uma equipe de reportagem da TV Serra Dourada visitou o local e exibiu a aflição dos aparecidenses, que o Diário de Aparecida tem publicado em suas edições diariamente.
Segundo a narração do repórter Maycon Leão, para adentrar no setor é um martírio, por conta das ruas sem pavimentação asfáltica. De acordo com uma moradora entrevistada pela emissora, certo dia ela caiu em dos buracos da via.
“Eu caí com a moto bem aqui. A rua cheia de água. Passei e não vi o buraco e, infelizmente, caí dentro”, contou a dona de casa Lúcia Gardena. No bairro, praticamente todas as ruas estão com a situação precária. Quem tem algum veículo, sofre com manutenção.
“O carro eu vendi porque não consegui mais dar manutenção. A moto está na oficina”, disse o serralheiro Ailton Geremias. Para quem usa transporte por aplicativo, precisa contar com a sorte ou com as pernas para caminhar até o trecho das ruas que possuem asfalto.
“Não tem como passar de Uber, eles reclamam. Estrago o carro e precisa dar manutenção e ninguém arriscar vir aqui. Aí não desce”, relata a operadora de caixa Iasmin Gomes para a TV Serra Dourada.
De acordo com a reportagem, a pior rua do setor é a R-20. A situação fica pior ainda no período noturno, uma vez que na via não tem uma lâmpada para clarear, além dos buracos grandes. “Dias atrás um rapaz morreu porque a ambulância não conseguiu chegar para socorrer. A situação para nós está muito difícil. Nós já reclamamos outras vezes, mas não resolveu”, afirmou o operador de empilhadeira Gildevan Neves.
Para tentar minimizar a força da água, a própria população local contribui. “Pouco tempo eu fiz uma cirurgia e estou tendo que mexer, porque abriram uma vala que está entrando água em meu lote”, disse o funcionário público Paulo César Mesquita. “A gente sai aqui 5h30 da madrugada, não tem como a gente ir para o ponto de ônibus porque o mato está alto demais, perigoso”, narrou uma moradora.
“Todo ano tem o mesmo problema. Eles vêm cá e tapam os buraquinhos e de tarde chove. É enxugar gelo”, conta outro morador. Com o mesmo discurso dado pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia à TV Serra Dourada de que depende de um financiamento para cobrir os danos causados pela falta de asfalto, o apresentador Lucílio Macedo comentou que “quando depende de um financiamento para asfaltar rua, você escancara que o município não tem recurso para bancar o asfalto e precisa pedir empréstimo. Você aí paga imposto e quer que o benefício chegue e que nós entendemos que há uma dificuldade financeira. O recurso precisa ficar na cidade e gerir com mais inteligência. Nós fazemos esse apelo para que o recurso chegue o mais rápido possível que só patrola não está resolvendo”, sugeriu.
Já a apresentadora Luciana Finholdt ficou impressionada com o relato de um morador dizendo que uma pessoa do bairro passou mal, mas acabou morrendo porque a ambulância não teve condições de chegar até a casa desse cidadão. “Teve outro que vendeu carro, agora a moto está na oficina. Outra moradora precisa percorrer longas distâncias porque o motorista de aplicativo nem sequer pretende atender essas pessoas, sob o risco de ter o carro estragado”, asseverou a jornalista.