Após PL e PSD, é a vez do Progressistas descartar apoio a projeto de Mendanha
Presidente estadual e pré-candidato ao Senado Alexandre Baldy diz que o PP não terá dois nomes na disputa por cargos majoritários neste ano
Helton Lenine
Presidente do diretório estadual do PP, o ex-deputado federal e ex-ministro Alexandre Baldy informou nesta Quarta-Feira de Cinzas, 2 de março, que não há chances de Gustavo Mendanha se filiar ao partido. O ex-ministro de Cidades do governo Michel Temer quer disputar vaga no Senado e explica que as pretensões do prefeito de Aparecida, pré-candidato a governador, são conflitantes com as suas.
“Estou pré-candidato ao Senado e não haverá nenhum partido, nem mesmo o do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que vai conseguir ter duas vagas em uma chapa majoritária. Se não fosse esse impedimento, seria um prazer poder filiar Mendanha”, respondeu Baldy ao ser questionado pela coluna Giro, de O Popular.
O principal fiador das articulações do prefeito aparecidense junto ao PP é o deputado federal Prof. Alcides. O parlamentar patrocinou encontros de Mendanha com o presidente nacional da sigla, Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil. “O Alcides insistentemente leva o Gustavo ao Ciro, mas ele respondeu, educadamente, que se eu sou pré-candidato majoritário, não cabem os dois na mesma chapa”, afirma Baldy.
A possibilidade de filiação ao PP era bem-vista por Gustavo Mendanha. Trata-se de partido da base de Jair Bolsonaro (PL), porém, sem ter, necessariamente, total alinhamento ideológico com o presidente. Ao dizer que não há espaço para Mendanha, Baldy também se apega ao fato de ter sido designado coordenador nacional do PP nas eleições deste ano.
Na tentativa de conquistar o Progressistas, Mendanha chegou a sugerir a escolha da primeira-dama de Anápolis Vivian Naves como sua candidata a vice e do próprio Alexandre Baldy como primeiro-suplente para Senado, a ser ocupada provavelmente pelo ex- governador Marconi Perillo, imediatamente descartada.
O PP tem em Goiás os deputados federais: Prof. Alcides e Adriano do Baldy, e os estaduais: Coronel Adailton e Rafael Gouveia, além de 32 prefeitos. Alexandre Baldy sabe das dificuldades para consolidar sua candidatura ao Senado. Na última pesquisa Serpes/Acieg, divulgada em 27 de janeiro passado, ele obteve apenas 1,9% de intenções de voto.
Se se não está fácil conquistar vaga na chapa do governador Ronaldo Caiado, ele também não é o preferido de Gustavo Mendanha, que se inclina para a direção de Marconi Perillo (PSDB) e João Campos (Republicanos). A esquerda tem ojeriza de Baldy. Restaria apenas a opção de formar chapa com Major Vitor Hugo (PL), que conseguiu somente 2,6%, segundo pesquisa Serpes/Acieg, na corrida pelo governo de Goiás.
Alexandre Baldy adianta que o partido só vai deliberar sobre aliança para o governo do estado e escolha de candidato ao Senado, além das chapas proporcionais (deputado federal e estadual) no período das convenções (20 de julho a 5 de agosto).