Aparecida

Aparecida estuda flexibilizar a lei de obrigatoriedade do uso de máscara em ambientes abertos

Município ficará de fora do decreto estadual por não atingir o índice de imunização exigido pela Saúde

 

Foto. Jackson Rodrigues

Eduardo Marques

Por não atender ao critério estabelecido, Aparecida de Goiânia ficará de fora do decreto de flexibilização de máscaras elaborado pelo Governo de Goiás.

Isso porque, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) deliberou que apenas as cidades em que a vacinação já tenha atingido mais de 75% da população, poderá adotar a medida. Essa proporção de duas doses ou dose única, segundo a pasta, precisa ter sido alcançada em meio às pessoas com mais 5 anos para que seja atendido o requisito.

Em Aparecida, porém, a imunização completa contra a covid-19 chegou a 71,07% da população até o momento, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município.

Goiânia, por sua vez, está entre os 148 dos 246 municípios goianos que está acima desse patamar, com 75,3%, de acordo com dados da SMS daquela cidade.

Sugestão de pauta dosegmento econômico, o Comitê de Prevenção e Enfrentamento à Covid-19 de Aparecida de Goiânia deve se reunir na próxima terça-feira, 15, às 14h30, para analisar os dados da pandemia na cidade e avaliar a possibilidade de revogar a Lei de obrigatoriedade do uso de máscara em ambientes abertos.

Segundo o último boletim divulgado pelo município na quarta-feira, 9, Aparecida de Goiânia possuía 277 casos ativos, que são monitorados pela Telemedicina, oxímetros e exames ou hospitalizados.

Eram 114.599 casos confirmados e 1.814 vieram a óbito por covid-19, com um óbito confirmado em 24 horas. Dos 83 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ativos para tratamento da covid-19 na rede pública municipal, 27 estão ocupados, indicando uma taxa de ocupação de 32,53%.

Dos 94 leitos de enfermaria ativos para tratamento da doença, 14 estão ocupados, indicando uma taxa de ocupação de 14,89%.

Os empresários aparecidenses, através da Associação Comercial Industrial e Empresarial da Região Leste (Acirlag), protocolaram pedido ao Comitê de Prevenção e Enfrentamento à Covid- 19 de Aparecida de Goiânia para que suspensão de obrigatoriedade para máscaras sejam em espaço aberto e em estabelecimentos que não tenham aglomerações.

Eles argumentam que o município possui grande número de vacinados e várias capitais e municípios discutem o tema.

Membro do colegiado, o presidente da entidade, Maione Padeiro, defendeu ao Diário de Aparecida o uso facultativo do equipamento de proteção. Além disso, ele criticou a prefeitura por não fiscalizar a população na utilização do objeto.

“Aparecida permanece com o uso obrigatório, porém não tem fiscalização. O que adianta? Nas caminhadas, poucas pessoas usam máscara. Tem estabelecimento comercial que só uma pessoa está com o equipamento de proteção individual. Nós pedimos que seja facultativo e não obrigatório. Nós já vimos o índice de pessoas imunizadas, porém quem não tomou a dose de reforço porque não quis. O balanço de letalidade está caindo. Agora vai da responsabilidade de cada um. Se tiver algum sintoma gripal, fique em casa”, ressaltou o representante da Acirlag ao DA.

Para o médico goiano infectologista Marcelo Daher, é necessária prudência neste momento. “É preciso liberar, primeiramente, o uso de máscaras em ambientes externos. Depois, avaliar como vai ser a resposta. Por fim, analisar a liberação de maneira total. Isso é o mais prudente e o mais recomendado”, explica o infectologista.

O médico ainda exemplifica esta questão ao lembrar que, na Inglaterra, os casos voltaram a crescer a partir do momento em que houve a dispensa do uso de máscaras em todos os espaços no país.

“É importante olhar o que está acontecendo lá fora como possível espelho do que pode acontecer aqui dentro também”, completa.

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, é a favor da decisão. Ele avalia que os indicadores apontam uma baixa transmissão, mas recomenda que o uso seja mantido para alguns grupos específicos.

A especialista em Gestão de Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Cláudia Araújo, acredita que, mesmo que a medida não seja mais obrigatória, é importante que a população continue se resguardando.

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