Anvisa aprova novo tratamento oral da Pfizer para câncer de mama
Medicamento é voltado para mutação no gene BRCA, que geralmente acomete pacientes acima dos 40 anos de idade
Pacientes com câncer de mama HER2-negativo, com mutação hereditária no gene BRCA1/2, terão nova opção de tratamento no Brasil.
Um novo medicamento acaba de ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Talzenna (talazoparibe) tem indicação para a doença que já se espalhou para outras partes do corpo, incluindo ossos, fígado, pulmão ou cérebro (localmente avançada ou metastática) e que já foi tratada inicialmente com quimioterapia.
A adição dessa medicação oral, tomada uma vez ao dia, pode aumentar o tempo de controle desse tipo de câncer, ao diminuir o tumor ou retardar sua progressão, mantendo a qualidade de vida dos pacientes.
“A aprovação de Talzenna é o exemplo mais recente de nossa abordagem bem-sucedida de medicina de precisão”, ressalta Adriana Ribeiro, diretora Médica da Pfizer Brasil. Este importante marco, completa, baseia-se no legado da Pfizer de desenvolver tratamentos que melhorem as vidas das pessoas.
“Estamos entusiasmados por fortalecer o arsenal terapêutico com uma medicação para os pacientes do Brasil, que, muitas vezes, são diagnosticados com esse tipo de câncer em uma idade jovem e têm opções de tratamento limitadas à quimioterapia”.
Quando o DNA dentro de uma célula é danificado, as proteínas BRCA trabalham junto com outras para ajudar a reparar o defeito. Se as células tiverem uma mutação no gene BRCA, a correção não ocorre – e isso, às vezes, pode causar a formação de certos tipos de câncer, como o de mama.
Nesse caso, como as células cancerosas têm proteínas BRCA defeituosas, elas dependem de outras proteínas de reparo de DNA, as chamadas PARP, para manter o câncer vivo. Talazoparibe é uma mediação que faz parte de uma classe de drogas que também é conhecida como inibidores da PARP.
Defeito pode ser identificado em teste genético
Os genes BRCA1 e/ou BRCA 2 mutantes podem ser passados de uma geração para outra, o que explica a existência de famílias com história de câncer de mama em várias gerações.
A mutação pode ser descoberta por meio de testes genéticos, servindo para identificar precocemente pessoas mais suscetíveis ao câncer e encaminhá-las para o acompanhamento adequado por profissional de saúde, que irá avaliar a necessidade de intervenções médicas.
Estudos epidemiológicos indicam que pessoas com câncer de mama com mutações nos genes BRCA 1 e BRCA 2 são diagnosticadas com faixas etárias mais precoces quando comparadas à população em geral de câncer de mama, entre 30 e 40 anos e 40 a 50 anos, respectivamente.
A mutação, no entanto, não é muito comum, estando presente em apenas cerca de 0,1% da população. Apesar disso, quando presente, os genes BRCA1 e BRCA2 mutantes elevam o risco de câncer de mama de 50% a 85%.
Ainda estão relacionados à maior chance de um segundo diagnóstico da doença, ou seja, a mulher com mutações do BRCA1 e BRCA2 tem alto risco de ter um novo câncer de mama, mesmo que tenha conseguido se curar de outro previamente.
Homens portadores dos genes BRCA1 ou BRCA2 mutantes também têm um risco aumentado, porém menor, de cerca de 10% para o câncer de mama. Por outro lado, nesses indivíduos, de desenvolver câncer de próstata é até cinco vezes maior.