Com ou sem Henrique Meirelles, PSD define por apoio à reeleição de Caiado
Partido de Gilberto Kassab tem dois nomes para substituir o secretário da Fazenda do governo de São Paulo na corrida ao Senado Federal – Lissauer Vieira, presidente da Alego e o ex-deputado Vilmar Rocha, presidente da legenda em Goiás
Helton Lenine
O PSD está decidido a apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) ao pleito de 2 de outubro deste ano, mesmo que o ex-ministro e atual secretário de Fazenda de São Paulo Henrique Meirelles venha a desistir de concorrer à vaga ao Senado.
O partido tem duas opções para substituir Meirelles na chapa majoritária governista: Lissauer Vieira, presidente da Assembleia Legislativa e o ex-deputado federal Vilmar Rocha, presidente da legenda em Goiás.
Meirelles deve comunicar ao partido, até o dia 2 de abril, a sua decisão, mas, nos bastidores, a especulação é de que o ex-ministro deverá ficar fora do processo eleitoral de 2022.
Os limites legais para o financiamento de campanha foram o principal motivo alegado por Meirelles para a dúvida sobre a candidatura ao Senado por Goiás, em conversas com lideranças políticas do Estado nos últimos dois dias.
Meirelles esteve em Goiânia na última terça-feira, 22, quando teve conversa demorada com o governador Ronaldo Caiado, no Palácio das Esmeraldas, sem comunicar a sua decisão em relação ao projeto eleitoral. Ele prometeu retornar a Goiânia, neste fim de semana, para anunciar se irá ou não concorrer ao pleito.
A preocupação de Meirelles é com doações para campanhas de aliados, conforme acertos que vinha fazendo desde o ano passado. O financiamento de sua própria campanha ao Senado, com limite calculado pelos partidos de cerca de R$ 4,5 milhões, seria feita com recursos do fundo eleitoral do PSD, mas ele tem intenção de fazer doações a outros candidatos.
A legislação estabelece que ele só pode utilizar 10% de sua renda como pessoa física. Em consulta a juristas, ele busca brechas para conseguir aplicar volume maior de recursos, que considera fundamental para mobilizar um grupo relevante de apoiadores.
O foco dos cardeais do PSD – Vilmar Rocha, Lissauer Vieira e Francisco Jr – é formar chapa para a disputa aos cargos proporcionais (deputado federal e estadual). Com a desistência de Lissauer, o PSD deverá receber a filiação de Dannillo Pereira, vice-prefeito de Rio Verde, atualmente no Patriota, que vai concorrer a deputado federal pela base caiadista.
Meirelles filiou-se ao PSD em fevereiro do ano passado, com anúncio de intenção de disputar o Senado por Goiás na chapa de Caiado.
Na pesquisa Serpes/Acieg, divulgada dia 27 de janeiro deste ano, Henrique Meirelles aparece com 11,1% de intenções de voto para o Senado, atrás de Marconi Perillo (PSDB), que tinha 16,5%. Logo em seguida despontou Delegado Waldir (União Brasil) com 9,0%.
Deputados federais, estaduais e prefeitos do PSD disseram que Meirelles manifesta incerteza quanto ao projeto eleitoral de 2022, diante das limitações para doação de recursos financeiros a aliados políticos.
Além de concorrer ao Senado, Meirelles é lembrado para ser candidato a vice na chapa de Rodrigo Garcia (PSDB), que vai assumir o governo de São Paulo, em 2 de abril, para concorrer à reeleição.
É especulada também sua permanência na secretaria da Fazenda do governo de SP. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou que irá convidar Meirelles para integrar a sua equipe, caso se eleja presidente da República.