Política

Nova polêmica envolvendo João Campos fulmina a sua pré-candidatura ao Senado

Deputado tem histórico de controvérsias desgastantes, como a defesa da “cura gay”, e agora defende pastores indiciados por pedir propinas para liberar recursos federais para prefeitos

Foto: Reprodução/Instagram


Da Redação

O deputado federal João Campos, do Republicanos, que se apresenta como pré-candidato ao Senado, embora sem chapa definida, acabou arrastado para o centro do escândalo que abala no momento a política nacional: a intermediação de pastores evangélicos junto ao Ministério da Educação para encaminhar verbas para os municípios em troca de propinas.

Campos não só tentou defender os religiosos que estavam pedindo dinheiro a prefeitos para conseguir recursos para as suas cidades, como acabou sendo apontado pelo jornal O Popular como ligado ao pastor Gilmar Santos, principal mentor e líder do esquema junto ao MEC.

“Estão fazendo uma tempestade em copo d’água”, disse João Campos sobre as denúncias, que, no entanto, são sérias e devem motivar investigações tanto da Polícia Federal quanto do Congresso Nacional.

O parlamentar, que é também delegado de carreira da Polícia Civil, repetiu o comportamento calamitoso do senador Vanderlan Cardoso, do PSD, que, em 2020, gravou um áudio defendendo o senador Chico Rodrigues, na época do DEM, flagrado pela PF com R$ 33 mil reais escondidos na cueca.

Vanderlan era candidato a prefeito de Goiânia e acabou superado pelo adversário Maguito Vilela. A divulgação da sua fala, enviada em um grupo de WhatsApp, acabou contribuindo para a derrota: ele dizia não ver nada de “desabonador” na conduta do colega Chico Rodrigues.

João Campos pode ter o mesmo destino, por antecipação. Meter-se em controvérsias que afetam o perfil moral não ajuda, em eleições majoritárias. O deputado tem um currículo vasto, quanto a isso. Foi autor do projeto que permitia a chamada “cura gay”, repudiado pelas ruas e arquivado sumariamente na Câmara.

Tentou também autorizar a efetivação, em concurso, de substitutos que respondiam por cartórios, em todo o país, outra ideia infeliz derrubada pela maioria dos parlamentares federais.

Como pré-candidato ao senado, Campos quase não tem apoio. Na 1ª pesquisa do instituto Serpes, que baliza as eleições em Goiás, apareceu com apenas 4% das intenções de voto, devido a falta de perfil majoritário, ou seja, não é um político que fala para o coletivo social, mas apenas para segmentos específicos como as igrejas evangélicas que diz representar em Brasília.

Para piorar, no escândalo dos pastores que negociavam verbas no MEC, ele mostrou ser íntimo do maior indiciado no escândalo, Gilmar Santos, cuja filha em nomeou como assessora em seu gabinete na Câmara.

Essa proximidade é que, provavelmente, o levou a minimizar o episódio, acusando a imprensa de fazer “tempestade em copo d’água”. Tudo isso, para quem pretende disputar uma eleição difícil e considerada sensível do ponto de vista dos interesses da sociedade, como a que visa o mandato senatorial, parece configurar um verdadeiro desastre.

João Campos entrou na contramão. Que reduz a quase zero as suas chances ao mostrar que não tem compromisso com a moralidade e a honestidade na vida pública.

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