Política

Caiado sai à frente com 10 partidos na corrida eleitoral

Legendas de peso se comprometem com o projeto de reeleição do governador e mais quatro estão em conversações, o que vai assegurar maior tempo na propaganda política de rádio e televisão

Divulgação

Helton Lenine

 

O governador Ronaldo Caiado começa a pré-campanha às eleições deste ano, quando vai concorrer à reeleição, com uma situação confortável: já acertou o apoio de 10 partidos – União Brasil, MDB, Solidariedade, PRTB, PSC, Avante, PV, Podemos, PTB e PDT. Até as convenções, em 20 de julho, o governador buscará confirmar alianças também com o PSD, Progressistas, Republicanos, Pros e Brasil 35. O Cidadania também poderá compor com o União Brasil, caso não confirme federação com o PSDB até 31 de maio, já que esta é a posição do vice-governador Lincoln Tejota, que preside o partido no Estado.

A presença de dez partidos na aliança vai garantir ao governador Ronaldo Caiado maior tempo na propaganda política de rádio e televisão, a partir de agora, o que permitirá o aprofundamento do debate e apresentação de propostas durante a campanha eleitoral.

Ronaldo Caiado mostra grande habilidade política ao moldar o jogo de sua própria sucessão. De alguma maneira, ele redefiniu sua aliança política, ampliando-a, e também desenhou, direta ou indiretamente, a movimentação dos adversários — isolando-os.

A oposição vai para a campanha eleitoral de 2022 pulverizada com seis ou sete candidatos, o que significa pouco tempo na propaganda política a cada um deles. O jogo de 2022 será disputado entre os aliados de Ronaldo Caiado e os aliados de Marconi Perillo (PSDB). Não vai sair disso. Quem opera as oposições hoje não é o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), e sim Perillo. O ex-governador sofre desgastes eleitorais desde as eleições de 2018, quando perdeu a disputa para o Senado.

 

Na nova engenharia política, numa poderosa recriação das alianças, Ronaldo Caiado atraiu para seu lado o MDB de Daniel Vilela, Haroldo Naves, Íris Rezende e Maguito Vilela. PSD do ex-deputado federal Vilmar Rocha e do deputado federal Francisco Júnior; Solidariedade de Lucas Vergílio; e PDT de George e Flávia Morais, por exemplo.

Daniel Vilela trouxe para a campanha de Caiado 27 dos 28 prefeitos emedebistas (apenas Gustavo Mendanha ficou de fora) e agregou tempo na propaganda política de rádio e televisão, além de retirar da oposição um partido com forte tradição na política goiana.

O palanque de Caiado terá um União Brasil forte, após fusão do DEM e PSL, com lideranças como Delegado Waldir Soares (campeão de votos em 2018), Zacharias Calil e dezenas de prefeitos com prestígio eleitoral. Também vai caminhar com Caiado os prefeitos Rogério Cruz (Goiânia), do Republicanos; Roberto Naves (Anápolis), do Progressistas; Adib Elias (Catalão), ex-MDB e ex-Podemos. Já estão companheiros de campanha do governador o ex-prefeito e ex-governadoriável Jânio Darrot e o prefeito de Trindade Marden Júnior, ambos do Patriota de Gustavo Mendanha.

Um exército de prefeitos de praticamente todos os partidos, já declaram apoio à reeleição de Ronaldo Caiado. Segundo Haroldo Naves, presidente da Federação Goiana de Municípios, 207 dos 246 prefeitos goianos estão alinhados ao projeto eleitoral do governador.

Caiado tem maioria folgada entre os deputados federais e estaduais, o que reforça a sua campanha pelos municípios goianos. O presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSD), é um dos líderes do movimento pró-reeleição de Caiado.

O fato é que Ronaldo Caiado conquistou o apoio de partidos sólidos, com estrutura e líderes respeitados. Já a oposição perdeu tais forças. Aqui e ali, alguns membros da aliança poderão trocar de lado. Mas, possivelmente, não será uma força substancial.

Os presidentes Denes Pereira (PRTB), Lucas Vergílio (Solidariedade), Eurípedes do Carmo (PSC), Thialu Guiotti (Avante), Cristiano Cunha (PV), Eduardo Machado (Podemos e Eduardo Macedo (PTB) resumem a razão do apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado: Goiás está administrado e conduzido por um político honesto. Com a definição das candidaturas a governador (Ronaldo Caiado) e vice-governador (Daniel Vilela), a base aliada governista tem prazo até as convenções partidárias (20 de julho a 5 de agosto) para escolher o nome que irá concorrer ao Senado Federal.

 

Mendanha só consegue o apoio de apenas 4 legendas nanicas para a sua candidatura

 

O pré-candidato ao governo de Goiás, Gustavo Mendanha, confirmou o apoio do DC, PMN e PTC (Agir), durante ato de filiação ao Patriota. Mendanha teve tentativas frustradas de se filiar a partidos maiores, como PSD, PL, PP e Republicanos. No PL, chegou a ter apoio da direção estadual, mas o candidato escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro foi o deputado Vitor Hugo. Sobre os outros dois houve investidas de interlocutores governistas.

Questionado se uma aliança com apenas quatro partidos atrapalha o início da pré-campanha, Mendanha negou. “Pelo contrário. Começar com esses partidos já é um começo extraordinário. Quem achou que eu não teria coragem de ser candidato por conta disso, se enganou feio.” Segundo ele, vai “lutar muito para fazer alianças, que obviamente são importantes por conta do tempo de televisão.” “Mas a grande aliança que vamos fazer é com o povo de Goiás.”

Mendanha conversa também com o PROS e com o Progressistas O presidente progressista, ex-ministro Alexandre Baldy, é pré-candidato ao Senado e ainda não fechou acordo com nenhum lado, apesar de ter indicações no governo estadual. Tem esperanças também em obter apoio do Republicanos, com o deputado federal João Campos, presidente do partido, concorrendo ao Senado.

Com o respaldo de quatro partidos nanicos, Gustavo Mendanha vai ter sérias dificuldades durante a campanha eleitoral, pois faltará quadros políticos – prefeitos, vereadores, parlamentares e militância nos 246 municípios – além de candidatos a deputado federal e deputado estadual em número suficiente para buscar votos nas ruas e na propaganda política de rádio e televisão. Patriota, DC, PTC e PMN têm apenas um deputado federal em Goiás – Alcides Rodrigues -, nenhum estadual e quatro prefeitos no total. Desses, um já largou Mendanha, Marden Júnior, de Trindade.

Não será fácil também para o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia escolher os demais candidatos majoritários para a sua chapa – vice-governador e senador, diante da fragilidade de sua aliança para o pleito deste ano.

 

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