Política

Com o cenário para governador definido, eleição para Senado continua em aberto

Novidade quente: chapa de Caiado pode não oficializar um candidato à senatória e fazer campanha com vários postulantes avulsos

Roque de Sá/Agência Senado
Fonte: Agência Senado

Da Redação

 

Com o cenário praticamente desenhado quanto a disputa para o governo do Estado, com 6 candidatos já definidos – Ronaldo Caiado (União Brasil), Gustavo Mendanha (Patriota), Vitor Hugor (PL), Wolmir Amado ou José Eliton (pela federação PT-PSB), Edigar Diniz (Novo) e Helga Martins (PCB) –, as atenções se voltam para a corrida para a vaga senatorial que estará disponível em 2 de outubro. Para governador, podem surgir mais postulantes, como Weslei Garcia, do Psol, por exemplo.

Ou o ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Mas nenhum em condições de revolucionar as previsões: o quadro final que o eleitor encontrará nas urnas eletrônicas já está praticamente pintado. As expectativas, agora, voltam-se para a eleição para o Senado, que está quase que totalmente em aberto.

Resolvida, por enquanto, só a candidatura do empresário e ex-senador Wilder Morais, pelo PL, integrando a chapa até agora pura do deputado federal Major Vitor Hugo, do mesmo partido. Wilder tem um defeito de origem: não é da política, não sabe fazer política e sequer soube se aproveitar do imenso mandato-tampão que ganhou de presente como 1º suplente do senador Demóstenes Torres, quando assumiu a sua cadeira e nela permaneceu por 6 anos e meio.

Wilder preferiu trabalhar como senador, vestindo o figurino de despachante de luxo dos municípios goianos em Brasília. Se serviu para alguma coisa, foi apenas para garantir um inútil 3º lugar em 2018, vencida por Vanderlan Cardoso e Jorge Kajuru, ambos com mais do que o dobro dos votos. Wilder só corre um risco: uma eventual desistência do Major Vitor Hugo, se não deslanchar nas pesquisas obtidas por Wilder.

Fora daí, há pré-candidatos, mas nenhum consolidado. A vaga senatorial na chapa da reeleição do governador Ronaldo Caiado é obviamente a mais ambicionada. Estão atrás dela Alexandre Baldy (PP), João Campos (Republicanos), Delegado Waldir (União Brasil) e Luiz do Carmo (PSC), esses declaradamente colocados oficialmente colocados, e ainda o presidente da Assembleia Lissauer Vieira (PSD), por enquanto mais como cogitação e menos ímpeto que os 4 primeiros. Registre-se ainda, por fora, as pretensões do deputado federal Zacharias Calil (União Brasil).

Caiado não tem a menor pressa para resolver o assunto. E talvez nem resolva, caso o Tribunal Superior Eleitoral confirme a possibilidade de lançamento de candidatos avulsos ao Senado, inclusive representando partidos que estão na coligação para governador, caso do Delegado Waldir – que, aliás, foi quem provocou o TSE sobre a dúvida.

Em vez de indicar um nome para compor a sua chapa, Caiado pode optar por acolher todos os 4 ou 5 interessados – Baldy, Campos, Waldir, Carmo e Lissauer, que se lançariam cada um pelos seus respectivos partidos e fariam a campanha compartilhando o palanque da reeleição do governador.

Essa solução, além de criativa, garante vantagens imensas para a base governista, reforçando não só a chapa majoritária, como também as proporcionais. E evitaria o surgimento de descontentes que poderiam abrir dissidências e levar suas legendas para a oposição, atrás de espaço para a disputa pelo Senado.

Caso aconteça, essa hipótese – Caiado para governador e vários candidatos senatoriais ao seu lado – líquida com as últimas esperanças do ex-prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, que reza de joelhos pelo surgimento de insatisfações na base governista caso um ou outro dos postulantes ao Senado seja escolhido oficialmente. Se isso não acontecer, Mendanha não terá nenhum partido de porte ao seu lado, não contará com tempo na propaganda gratuita pelo rádio e televisão e será obrigado a formar sua chapa (vice e senador) dentro do universo das siglas nanicas que compõem até agora a sua coligação (Patriota, DC, PTC e PMN).

Braga vetou a filiação de deputados apoiadores de Mendanha ao Patriota

O presidente estadual do Patriota, partido nanico que recebeu a filiação do ex-prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha, recusou-se a receber a filiação dos deputados estaduais Paulo Cezar Martins, Major Araújo e Cláudio Meirelles – alegando que os três, como têm a previsão de ser bem votados, prejudicariam as possibilidades de eleição dos candidatos à Assembleia

supostamente novos do Patriota.

Com isso, o trio de parlamentares foi para o PL e para a base da candidatura do Major Vitor Hugo, deixando Mendanha sem chapa proporcional para ajudar na campanha. Contraditoriamente, Braga aceitou os deputados estaduais Humberto Teófilo e Paulo Trabalho, que, na eleição deste ano, vão postular a Câmara, claro, enxergando o papel de escada que os dois teriam para a reeleição de Alcides Rodrigues.

Paulo Trabalho, na última hora, desistiu e preferiu se filiar ao PL, alegando que o partido, por ser bolsonarista radical, seria mais condizente com as suas concepções políticas (e mesmo porque Mendanha, no seu vaivém, resolveu que não vai mais fazer campanha para Jair Bolsonaro em Goiás).

A decisão de Braga, é claro, vai prejudicar a campanha do candidato do partido a governador. Mendanha ficou sem chapas proporcionais consistentes, em especial para a Assembleia. Parte da agenda de um candidato majoritário, como se sabe, é acompanhar os eventos e compromissos dos postulantes a deputado estadual e federal, que tanto são mais consistentes quanto mais fortes é a candidatura de cada um.

 

 

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo