Política

União Brasil, MDB e PL são os partidos com maiores bancadas na Assembleia

Dos 41 deputados estaduais goianos, 28 aproveitaram a brecha da legislação eleitoral para trocar de siglas sem correr o risco de perder o mandato e se preparam para disputar as eleições de 2022

Foto: Maykon Cardoso


Helton Lenine

Dos 41 deputados estaduais eleitos nas eleições gerais de 2018 para mandato até 2022, 28 aproveitaram a “janela partidária”, que se encerrou sábado, 2, para trocar de sigla sem correr o risco de perder o mandato. União Brasil, do governador Ronaldo Caiado, aumentou de 5 para 10 parlamentares. O MDB de Daniel Vilela cresceu de 4 para 6 deputados.

Alguns dos parlamentares aguardaram até o último momento, para mudar de legenda, como foi o caso de Alysson Lima, que trocou o Solidariedade pelo PSB. Lideranças dos partidos e deputados negociaram filiações até o limite do prazo, a exemplo do deputado Eduardo Prado, que saiu do DC, foi para o PSD, mas acabou no PL. A filiação dele chegou a ser divulgada pelo PSD nas redes sociais, junto com a do vereador de Goiânia Lucas Kitão e do vice-prefeito de Rio Verde, Dannillo Pereira.

O número de parlamentares que mudou de partido durante o último mês, durante a janela partidária, chega a 68% de toda a Assembleia Legislativa. A eles ainda se somam os deputados Tião Caroço (União Brasil) e Henrique Arantes (MDB), que trocaram de sigla antes da janela. Deixaram, respectivamente, o PSDB e o PTB, fazendo o número chegar a 30 parlamentares que mudaram de sigla desde 2018.

Assim como Arantes, a maioria dos parlamentares optou pelo União Brasil, do governador Ronaldo Caiado, ou pelo MDB, que é dirigido pelo pré-candidato à vice-governadoria, Daniel Vilela (MDB). O Democratas, agora União Brasil) que tinha quatro deputados federais eleitos, mais a bancada de dois parlamentares do PSL, deve saltar para 10 parlamentares.

O MDB, que perdeu 2 dos 3 deputados eleitos, saltou para 6: Amilton Filho (ex-Solidariedade); Charles Bento (ex-PRTB); Francisco Oliveira (ex-PSDB); Thiago Albernaz (ex-Solidariedade); Lucas Calil (ex-PSD) e o próprio Henrique Arantes.

O MDB fez 3 cadeiras em 2018: Paulo Cezar Martins, Bruno Peixoto e Humberto Aidar. Paulo Cezar e Bruno aproveitaram a janela para se filiar, respectivamente, ao PL e União Brasil, enquanto Humberto Aidar renunciou ao mandato para assumir o Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO). Aidar foi substituído por Max Menezes (MDB), que assumiu o posto, mas se transferiu para o PSD, também aproveitando a “janela partidária”.  

O União Brasil, partido do governador, recebeu a filiação de Virmondes Cruvinel, ex-Cidadania, e do Líder do Governo, Bruno Peixoto, eleito pelo MDB, mas que trocaram de sigla no início da última semana.

A eles ainda somaram-se Amauri Ribeiro (eleito pelo Patriota), Rubens Marques (eleito pelo Pros) e Talles Barreto (eleito pelo PSDB). Os deputados Álvaro Guimarães, Chico da KGL, Dr. Antônio e Iso Moreira foram eleitos pelo antigo Democratas e continuaram na sigla após a fusão com o PSL.

Além de MDB e União Brasil, o PL é o 3º partido com mais filiações. Recebeu as fichas de Paulo Cezar Martins, Major Araújo (ex-Patriota), Delegado Eduardo Prado (ex-PV e ex-DC), Cláudio Meirelles (ex- PTC) e Paulo Trabalho, foi eleito pelo PSL.

O PRTB, que estabeleceu um teto de 14,2 mil votos, recebeu as filiações de Coronel Adailton, que eleito pelo Progressistas, e Wagner Neto, eleito pelo Solidariedade. Todos os parlamentares estão abaixo do teto estabelecido pela sigla, que manteve somente o atual deputado estadual Júlio Pina (PRTB).

O PSB agora passa a ter uma bancada de três parlamentares. Fez apenas o presidente Lissauer Vieira e, com a saída para o PSD, recebeu as filiações de Karlos Cabral, que foi eleito pelo PDT, mas deixou a sigla para se filiar ao PSB durante a “janela”, além dos deputados Alysson Lima e Sérgio Bravo, que foi eleito pelo Pros.

O Pros, por sua vez, perdeu todas as três cadeiras no parlamento. Somente o deputado Zé Carapô, que foi eleito pelo DC, se filiou ao PROS, onde será um dos dirigentes da sigla.

O único parlamentar que se filiou a o Republicanos foi Rafael Gouveia, que deixou o Progressistas. Ele foi eleito pelo DC e mudou de sigla pela segunda vez durante o mandato.

O Patriota recebeu a filiação do deputado Delegado Humberto Teófilo, que deixou o PSL, após a fusão com o Democratas.

Henrique César (PSC), Jefferson Rodrigues (Republicanos), Adriana Accorsi (PT), Helio de Sousa (PSDB), Chico KGL (eleito pelo Democratas, hoje União Brasil), Antônio Gomide (PT), Dr. Antonio (eleito pelo Democratas, hoje União Brasil), Lêda Borges (PSDB), Wilde Cambão (PSD), Julio Pina (PRTB) e o deputado Iso Moreira (eleito pelo Democratas, hoje União Brasil) não mudaram de sigla. Iso Moreira, inclusive, segue internado com Covid-19.

O PSD ganhou as filiações do presidente Lissauer Vieira (que era do PSB) e do novato Max Menezes (que era do MDB), ficando agora com 4 deputados, já que conta também com Wilde Cambão e Cairo Salim. Já os partidos Cidadania, PDT, PTC, DC, Progressistas e Solidariedade, que somavam seis parlamentares, perderam todos os seus deputados.

A janela partidária é o período de 30 dias em que deputados podem trocar de partido sem perder o mandato. Para a eleição de 2022, a janela começou em 3 de março e terminou sábado, 2. Esta é a primeira disputa para o cargo de deputado sem as coligações proporcionais.

Diante disso, cada partido precisou organizar sua própria estratégia para ter quadros competitivos entre os filiados. No corre-corre de última hora, deputados buscaram novas siglas para definir os projetos de disputa às eleições deste ano, tanto para o Congresso quanto para a própria Assembleia Legislativa. Apenas um – Lissauer Vieira (PSD) – poderá concorrer a cargo majoritário – Senado Federal em 2 de outubro.

Confira as novas bancadas de deputados estaduais

União Brasil – 10 deputados

Álvaro Guimarães

Amauri Ribeiro

Bruno Peixoto

Chico KGL

Dr. Antonio

Iso Moreira

Rubens Marques

Talles Barreto

Tião Caroço

Virmondes Cruvinel

MDB – 6 deputados

Amilton Filho

Charles Bento

Francisco Oliveira

Henrique Arantes

Lucas Calil

Thiago Albernaz

PL – 5 deputados

Cláudio Meirelles

Delegado Eduardo Prado

Major Araújo

Paulo Cezar Martins

Paulo Trabalho

PSD – 4 deputados

Lissauer Vieira

Max Menezes

Wilde Cambão

Cairo Salim

PSDB – 3 deputados

Gustavo Sebba

Helio de Sousa

Lêda Borges

PRTB – 2 deputados

Wagner Neto

Julio Pina

Patriota – 1 deputado

Delegado Humberto Teófilo

Pros – 1 deputado

Zé Carapô

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo