Deputados recém-chegados vão ser enquadrados para evitar dissidências
Nos bastidores, os gustavistas do PL espalham que Major Vitor Hugo poderá desistir da pré-candidatura ao governo de Goiás até as convenções partidárias, em julho, caso não decole nas pesquisas, favorecendo uma aproximação do bolsonarismo e do partido com Gustavo Mendanha.
“Vamos ver o desempenho de Vitor Hugo nas pesquisas. Se ele não decolar, o melhor que faz é compor com Mendanha”, diz o deputado Cláudio Meirelles. Rejeitados pelo Patriota de Gustavo Mendanha, os deputados estaduais gustavistas filiaram-se ao PL por falta de opção. “O PL foi o único partido que aceitou a nossa filiação”, revela Cláudio Meirelles. É que os parlamentares têm votações expressivas, prejudicando os pré-candidatos novatos das chapas partidárias.
Os parlamentares do PL sabem que não podem sair por aí com críticas à atuação de Vitor Hugo, porque poderão sofrer penalidades dentro do partido. O melhor é aguardar o desenrolar dos acontecimentos até as convenções partidárias. “Não é hora de colocar a cabeça de fora”, diz um deputado gustavista/bolsonarista. Desde que se filiou ao Patriota, Gustavo Mendanha tenta aproximação com o PL, diante da escassez de tempo na propaganda política de rádio e televisão na campanha deste ano em Goiás.
Os quatro partidos que o apoiam – Patriota, PMN, DC e PTC – têm pouco tempo na propaganda, de acordo com a legislação eleitoral. Vitor Hugo deixa claro que o PL é oposição a Ronaldo Caiado, a Gustavo Mendanha e ao bloco de esquerda, hoje representado pelo ex-governador José Eliton. “Vamos tratar todos eles da mesma forma, ou seja, adversários do projeto defendido pelo presidente Jair Bolsonaro”.
O governadoriável do PL acredita que a força eleitoral de Bolsonaro no Centro-Oeste e em Goiás vai beneficiar o seu projeto eleitoral em 2022. Por ser desconhecido do eleitoral, Vitor Hugo tem também baixa rejeição. Assim, ele quer pegar carona na popularidade de Bolsonaro e crescer nas pesquisas eleitorais até agosto, esvaziando Mendanha e a esquerda.
A oposição, por tanto, está dividida em Goiás, o que poderá facilitar a campanha pela reeleição do governador Ronaldo Caiado, com a possibilidade de vitória já no primeiro turno, apontam analistas políticos goianos.