Política

Caiado e Bolsonaro têm a mesma base ideológica entre o eleitorado do Estado

Foto: Reprodução Redes Sociais

São inúmeras as pesquisas internas contratadas pelos partidos políticos que apontam para uma grande afinidade entre os eleitores do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ainda que o presidente tenha anunciado o seu apoio ao deputado federal Major Vitor Hugo, um ilustre desconhecido em Goiás, é fácil prever que a base estadual bolsonarista irá dividir seus votos e provavelmente dedicar a maior parte à reeleição de Caiado.

Ideologicamente falando, o adversário comum tanto de Caiado quanto de Bolsonaro está na esquerda, representada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nome rejeitado pelo segmento conservador e liberal do Estado, principalmente o agronegócio – do qual, vale lembrar, Caiado é um defensor histórico.

“Apoiar o governador e o presidente é juntar a fome com a vontade de comer”, diz um aliado de Caiado, intimamente ligado ao movimento ruralista. Esse segmento, com ou sem a candidatura do Major Vitor Hugo a governador, vai apoiar a recondução dos dois governantes, tanto Caiado quanto Bolsonaro.

Apesar do afastamento que se consolidou nos últimos dois anos entre governador e presidente, integrantes do União Brasil em Goiás enxergam a possibilidade de que a reeleição do governador se dê em um contexto de aliança com Jair Bolsonaro (PL), só que subjacente ou implícita em termos de processo eleitorado declarado.

Caiadistas lembram que essa identificação é impossível de ser contestada. O que não é viável é alguém ver Caiado um dia no palanque do ex-presidente Lula ou o contrário. Em relação a Bolsonaro, tudo pode acontecer – e uma eventual neutralidade do governador beneficiará a candidatura do presidente em Goiás.

Caiado, até hoje, não se definiu sobre as eleições presidenciais, nem contra nem a favor de Bolsonaro ou de qualquer outro candidato. No mesmo diapasão das declarações em que defendeu a independência entre as eleições estadual e presidencial, o governador afirmou que é “uma pessoa partidária” e “não tem decisão de ordem pessoal” sobre a disputa presidencial.

Uma corrente do União Brasil, partido de Caiado, defende a busca por uma alternativa a Lula e Bolsonaro, mas outras lideranças da legenda acreditam que os diretórios estaduais devem ser liberados para decidir em quais palanques subirão ou se em nenhum.

Há também quem acredita em uma reaproximação entre Caiado e Bolsonaro, com um eventual recuo do Major Vitor Hugo, bolsonarista raiz que é extremamente obediente ao presidente, o que contribuiria para a vitória do governador já no 1º turno, e consolidaria uma votação para Bolsonaro muito à frente de Lula em Goiás.

Até as convenções partidárias – de 20 de julho a 5 de agosto – quando serão confirmadas as candidaturas a governador, vice, senador, deputado federal e estadual, as conversações terão prosseguimento, principalmente se não vingar a chamada terceira via, com a disputa presidencial limitada apenas a Bolsonaro e Lula.

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