Impulsionada pelo sucesso do agronegócio, aviação agrícola brasileira cresce 3,4% e se mantém como a segunda maior do mundo
Atento a esse enorme potencial, um grupo de empreendedores está construindo em Goiás, que é o terceiro maior centro de manutenção de aeronaves do Brasil, a maior infraestrutura para aviação geral do Centro-Oeste
Com participação de 27,4% no PIB brasileiro, o agronegócio é uma das mais poderosas cadeias produtivas de nossa economia. Além de si mesmo, o setor impulsiona vários outros, como o de transporte e logística, imobiliário e o comércio. Mas há um segmento econômico que também é fortemente impactado pelo agro, mas muita gente não se atém a isso: é a aviação de negócios, e dentro dela a aviação agrícola.
Com 2.432 aeronaves – 2.409 aviões e 23 helicópteros – a aviação agrícola brasileira registrou um crescimento de 3,4% em 2021, segundo dados do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). Com isso, o Brasil segue com a segunda maior frota agrícola do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com mais de 3,6 mil aeronaves. Também conforme os números do Sindag, Goiás tem a quarta maior frota de aeronaves agrícolas do País, com 295 equipamentos. À frente estão apenas Mato Grosso (600 aeronaves), Rio Grande de Sul (419) e São Paulo (322).
Atento a esse enorme potencial, um grupo de empreendedores formado por seis empresas goianas está construindo na região metropolitana de Goiânia, a maior infraestrutura para aviação geral do Centro-Oeste e uma das maiores do Brasil. Com investimentos da ordem de R$ 100 milhões, o Antares Polo Aeronáutico será voltado para a chamada aviação geral, que engloba aviação executiva, serviços aeromédicos, transporte aéreo de cargas, a aviação agrícola, voos regionais ou a aviação regional e a manutenção de aeronaves.
“O projeto é dividido em cinco fases e a primeira tem previsão de entrega para 2024, já com pista de pouso e área de embarque e desembarque funcionando, além de toda a infraestrutura necessária para os hangares. O nosso objetivo é atender empresas de todos os segmentos da aviação geral, entre eles a agrícola, que é muito forte em Goiás e em todo o Centro-Oeste”, informa o incorporador e um dos empreendedores responsáveis pelo Antares Polo Aeronáutico, Rodrigo Neiva.
Conforme o executivo, o Antares nasceu após a constatação da necessidade de um lugar amplo, que pudesse atender a aviação, bem no centro do Brasil. “Para Goiás, esse projeto promete ser um divisor de águas, pois o Estado abrigará o maior e mais completo hub na aviação de negócios no País, servindo, graças a sua posição geográfica privilegiada, como um centro de apoio, de manutenção e escalas da aviação nacional”.
Grande mercado
O empresário destaca que o agronegócio é, sim, uma importante âncora para o empreendimento que está sendo construído no coração do Brasil. “O agro sempre impulsionou a aviação geral. A aplicação de defensivos agrícolas, semeadura de pastagens, reflorestamento de matas, além de serviço de combate a incêndio, fazem da aviação agrícola um grande mercado no país. E o centro-oeste brasileiro, com destaque para Goiás, é referência nesse segmento”, explica Neiva.
A afirmação de Rodrigo Neiva é corroborada por números da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), que apontam que a região Centro-Oeste detém 48% de toda a frota privada do País (exceto aviação comercial das linhas áreas) e abriga 37% das empresas que prestam esse serviço especializado de aviação.”Em virtude desse forte impacto da aviação agrícola no Centro-Oeste, Goiás é hoje o terceiro maior centro de manutenção de aeronaves do Brasil, um segmento que também será abarcado pelo Antares”, acrescenta Rodrigo Neiva.
Melhorias recentes
Atento à possibilidade em atender a várias demandas do mercado da aviação executiva no Brasil, o Conselho Administrativo do Antares Polo Aeronáutico definiu recentemente várias melhorias para a ampliação do empreendimento.
A principal delas diz respeito à sua pista de pouso e decolagens com 1,8 quilômetro de extensão e passando a ter 45 metros de largura, ao invés de 30 m. O projeto também muda o seu PCN, ou Número de Classificação do Pavimento, que passa de 30 para 43. Esse é um cálculo que avalia a condição estrutural das pistas de pouso e decolagem em aeroportos, para assegurar a integridade da pista e segurança operacional das aeronaves.
Outra mudança no projeto é sobre o pátio de aeronaves que de seus atuais 11 mil m², agora pode ter sua área ampliada para 22 mil m², conforme a demanda. Em algumas quadras a largura das calçadas também será maior, passando de 7,5m para 12,5m. Com essas mudanças, o aeroporto do Antares Polo Aeronáutica terá capacidade para receber aeronaves de grande porte, como por exemplo, um Boing 737 800.