Aproximação com o PSDB goiano é rejeitada por todos os partidos
Helton Lenine
Sem candidato competitivo ao Palácio das Esmeraldas para as eleições de 2022, a oposição de centro/direita em Goiás está mergulhada em uma crise que poderá, mais uma vez, comprometer o seu desempenho nas urnas.
O MDB de Daniel Vilela, o Patriota de Jorcelino Braga e o Republicanos de Rogério Cruz, além de outros partidos menores do espectro oposicionista, não aprovam coligação ou aliança com o PSDB dos ex-governadores José Eliton e Marconi Perillo.
Os dirigentes partidários sustentam que, diante dos desgastes políticos por José Eliton e Marconi Perillo, envolvidos até o último fio de cabelo em escândalos relacionados a denúncias de práticas de corrupção no exercício do poder em Goiás, o melhor é se afastar dos tucanos estaduais.
O ex-deputado federal Daniel Vilela, presidente do MDB de Goiás, conforme esperado, vetou qualquer aproximação de seu partido com o PSDB marconista, em entrevista ao jornalista Jackson Abrão, de O Popular: “Não temos nenhuma afinidade com o PSDB”, disse enfaticamente.
Daniel Vilela lembrou que o antigo PMDB e o agora MDB sempre fez oposição aos governos do PSDB comandados em Goiás por Marconi Perillo, desde 1998. Com esse posicionamento, Vilela fecha portas para uma coligação MDB/PSDB às eleições de 2022.
O Republicanos, que tem como principal expoente o prefeito de Goiânia, Daniel Vilela, também não cogita aliança com o PSDB, o que confirma o racha da oposição centro/direita em Goiás. O Republicanos, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, tem afinidade com o MDB de Daniel Vilela e está iniciando conversações com o DEM do governador Ronaldo Caiado para uma eventual aliança ao próximo pleito eleitoral.
O PSDB, para piorar as coisas, está mergulhado em uma crise interna sem precedentes: Jânio Darrot entregou carta de renúncia à presidência do partido e pulou fora do barco, filiando-se imediatamente ao Patriota de Jorcelino Braga, arqui-inimigo político de Marconi Perillo. Cercado por notícias ruins, José Eliton assumiu o comando do PSDB, diante um triste cenário: o que restou de prefeitos do partido está abandonando o ninho tucano.
O PSD, presidido em Goiás pelo ex-deputado federal Vilmar Rocha, não sabe qual rumo tomar em relação às eleições de 2022. Vilmar quer permanecer no bloco oposicionista ao Palácio das Esmeraldas, mas o senador Vanderlan Cardoso, o deputado federal Francisco Jr, e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles e prefeitos atuam para levar o partido para o lado do DEM de Ronaldo Caiado.
O PL, que é comandado pela deputada federal Magda Mofatto e pelo seu marido, Flávio Canedo, não definiu ainda se permanece na oposição ou se avança nas conversações com o DEM caiadista. Prefeitos do PL querem o partido na aliança governista.
O Progressistas, que é presidido pelo ex-ministro Alexandre Baldy, também está dividido sobre qual aliança fazer em 2022. A maioria dos 32 prefeitos defende diálogo com o Palácio das Esmeraldas para fechar apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado.
Restam DC, PTC, PMN, PMB, Avante e Pros, legendas menores e com menor peso político, mas que também, em sua maioria, tendem a entrar em acordo com o governador Ronaldo Caiado e apoiar a sua chapa à reeleição em 2022.
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