Gastrite é mais comum do que se pensa
No Dia Mundial da Saúde Digestiva, especialista dá detalhes sobre a doença, explicando desde suas causas até como evitá-la
A gastrite é uma inflamação nas paredes do estômago que traz consigo dores abdominais, sensação de estar empanturrado após as refeições e alterações de apetite e de peso. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a bactériaH.pylori, que causa a doença, atinge 50% das pessoas no mundo. No Brasil, o número é ainda maior, a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), estima que ela está presente em cerca de 70% da população.
Neste domingo, 29 de maio, é considerado o Dia Mundial da Saúde Digestiva e a gastrite é um destaque na data. O gastroenterologista Renan Marangoni, explica que a doença pode ser causada por muitos fatores. “Uso de medicamentos, álcool, cafeína, drogas e mesmo por estresse físico ou emocional, além de fatores alimentares ou tabagismo. Há também causas infecciosas, entre as quais tem se tornado mais conhecida a H. Pylori, bactéria específica do estômago e associada à formação de úlceras”.
O médico detalha que os sintomas mais frequentes são dor na região epigástrica (a boca do estômago), queimação, azia, enjôos (náuseas) e mesmo vômito, além disso pode acontecer a sensação de estar sempre cheio (plenitude gástrica). Contudo, é comum confusões. “Os sintomas podem ser confundidos com de outras doenças do aparelho digestivo, como refluxo ou mesmo pedras na vesícula biliar, pois a região compartilha dos mesmos nervos que causam sintomas de maneira semelhante. Há ainda casos em que pode-se confundir dor torácica e até mesmo do coração (infarto e angina) com as dores da gastrite”, afirma.
Tipos
A gastrite é classificada de acordo com a duração e o fator causador mais comum, podendo ser aguda, nervosa, alcalina, crônica, enantematosa e eosinofílica. “Pode ser aguda, associada a uma condição que começa de maneira rápida e desperta sintomas ou crônica, quando desenvolve-se ao longo do tempo. Pode ser causada por medicamentos, bebida alcoólica ou outras substâncias ingeridas, conhecida como gastrite reacional ou ainda ser secundária a estresse e fatores emocionais”, ressalta o especialista sobre as principais.
Renan Marangoni salienta que a susceptibilidade à gastrite geralmente é associada aos hábitos alimentares e de vida. “Pode-se evitar a doença adotando-se hábitos saudáveis, consumindo vegetais, alimentos crus adequadamente higienizados e ter muita atenção a água consumida, para que não seja contaminada. Deve-se também evitar o consumo excessivo de cafeína, bebidas gaseificadas, refrigerantes, industrializados de maneira geral e condimentos”.
Ele relata que a gastrite pode ser curada em muitos casos, mas é uma doença que pode voltar e explica como as pessoas podem se tratar. “Os tratamentos aplicam-se de acordo com a causa da doença. Por exemplo, na gastrite por H. Pylori há tratamento com antibióticos, ou nas relacionadas a medicamentos devem se suspender o uso dos remédios que causaram a doença e indicar outros para tratar o estômago”, detalha o gastroenterologista do Centro Órion de Especialidades.