Palestras, políticas públicas e atrações culturais integram o Seminário Goiano de Comunidades Negras e Povos Tradicionais
Evento acontece neste sábado (28), com o objetivo de fortalecer a cultura afro e lutar pela igualdade de direitos dos povos tradicionais do estado de Goiás. Rodas de conversas e feira temática também compõem a programação, que vai das 8 às 18 horas
Mais de 100 representantes das comunidades indígena, cigana, capoeira, de matriz africana, folia de reis, hip-hop, congo, quadrilha junina e circense se reunirão neste sábado (28), em Goiânia, para o Seminário Goiano de Comunidades Negras e Povos Tradicionais. Palestras, rodas de conversas, feira temática, apresentações artísticas e propostas de políticas públicas integram a programação, que será realizada das 8 às 18 horas, na sede social da entidade Centro de Cidadania Negra do Estado de Goiás (CENEG-Goiás), com o objetivo de manter viva e fortalecer a história, a arte e a cultura afro-brasileira.
O evento, que é uma realização da entidade CENEG-Goiás, em parceria com o Fórum Goiano de Comunidades Negras e Povos Tradicionais (Frente-Afro) e com o Conselho Estadual de Direitos Humanos e Combate ao Preconceito, também vem propor o diálogo, a reflexão contínua e o estímulo ao respeito dos direitos humanos, buscando combater o racismo e o preconceito diverso. Contemplado pela Lei Aldir Blanc 2021, por meio do Edital de Arte e Cultura em Direitos Humanos, e com produção executiva assinada pela Cereja do Cerrado Produções, o seminário ainda visa a troca de experiências e o planejamento de ações futuras em busca da evolução das metas que vão ao encontro da disseminação e melhoria da categoria.
“A cultura afro-brasileira é uma das manifestações culturais mais significativas do nosso país, tornando-se, por muitas vezes, um de seus símbolos mais populares, estando inserida na própria História do Brasil. Isso significa que ela precisa ser disseminada e preservada, antes que, por intensa diversificação, seja gradualmente extinta ou descaracterizada, fato este que representaria uma perda irreparável para a nossa cultura”, destaca Smith Odelic, membro da Frente Afro e um dos precursores do hip-hop em Goiás.
Palestras
Além do credenciamento e acolhimento dos participantes, a parte da manhã será destinada às palestras. A primeira será ministrada pelo Mestre e Doutorando em Sociologia Tadeu Kaçula, de São Paulo, que abordará os Avanços e Retrocessos nas Políticas Públicas para a Comunidade Negra Brasileira. Já na segunda, o jornalista, escritor, artista plástico e Mestre Griô da Cultura Popular Afro-brasileira Sr. João Agostinho Prudêncio, do Rio Grande do Sul, abordará A Comunicação e o Empreendedorismo Negro e Negrindio.
10 propostas emergenciais de Políticas Públicas
Das 13h30 às 15h30, a programação contará com a roda de troca de saberes e fazeres ‘Tecendo Histórias Afro-brasileiras: Meu Lugar de Fala de Griô Jornalista Negro’, também com Prudêncio, e apresentação das 10 propostas emergenciais de políticas públicas para a comunidade negra e povos tradicionais, que serão entregues ao poder público local. Além da criação da Secretaria Estadual de Igualdade Racial e Direitos Humanos (SEIRDH) e da Delegacia Estadual em Combate a Crimes de Racismo e Intolerância (DECRIN), as entidades, instituições e grupos de representação afrodescendentes e outros povos tradicionais reivindicam linha de crédito específica, via Goiás Fomento, para empreendedores (as) das comunidades; programa habitacional específico, via AGEHAB, para comunidades negras e povos tradicionais; e unidade móvel de saúde para atendimento in loco nas comunidades.
Entre as reivindicações, também estão o retorno do Encontro Afro Goiano – Pelo Empreendedorismo Étnico-Racial; a criação do Festival de Arte Negra, no dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra; o lançamento da Casa de Apoio da Comunidade Negra e Povos Tradicionais na Entidade CENEG-Goiás; a realização anual do Seminário Goiano de Comunidades Negras e Povos Tradicionais e, por fim, a Implementação da Lei Federal 10.639/2003, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares.
Mostra Cultural
Já a partir das 16 horas, a programação será marcada por uma mostra cultural, com apresentações artísticas que demonstrarão a diversidade de sons, danças e costumes das comunidades quilombola, indígena, cigana, congo vilaboense, hip-hop, capoeira, circense, folia de reis, matriz africana e percussão afro, entre outros. Paralelamente ao evento, também será realizada uma feira temática com produtos das respectivas comunidades. O seminário chega ao fim às 18 horas, com a entrega de certificados.