Imprensa de Goiás destaca submissão de Vilmarzim: “É rainha da Inglaterra”
Mais de 60 dias depois de renunciar, Gustavo Mendanha continua mandando na prefeitura... e no prefeito
Da Redação
O vice Vilmar Mariano, que assumiu a prefeitura de Aparecida no último dia 31 de março com a renúncia do titular Gustavo Mendanha, continua… vice. Isto é: mesmo entronizado como prefeito municipal, Vilmarzim, como Vilmar Mariano é conhecido devido a sua baixa estatura, não passa de uma peça decorativa na estrutura de poder de Aparecida.
Secretários não o obedecem, preferindo consultar Mendanha antes de executar qualquer ordem. E ele mesmo recusa-se sistematicamente a se impor. A um empresário que o procurou para resolver um assunto em uma determinada Secretaria, Vilmarzim respondeu: “Procure o secretário e peça para ele”. O interlocutor respondeu: “Ué, pensei que você fosse o prefeito”. E Vilmarzim: “Infelizmente não sou”.
Isso, documentado no WhatsApp. Agora, o Tribunal de Contas dos Municípios também atestou que Vilmarzim é um zero a esquerda na prefeitura de Aparecida. O TCM descobriu que documentos relativos ao contrato para gestão do Hospital Municipal entre o município e a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein foram assinados por Mendanha no dia 12 de abril, quase duas semanas depois que ele renunciou.
Por que Vilmarzim não assinou a papelada? Duas versões circulam nos bastidores da prefeitura. Uma é que, diariamente, secretários vão à casa de Mendanha levando processos para ele examinar e despachar. No caso do contrato de gestão do HMAP, um extrato necessário para a realização dos pagamentos estava sem a chancela do responsável, uma vez que se trata de despesa elevada, superior a R$ 16 milhões por mês. Mendanha viu o espaço em branco, destinado ao jamegão do prefeito, e não hesitou e tacou a sua assinatura.
Outra versão é que Vilmarzim se apavorou com os valores e detalhes do contrato, que está sob escrutínio do TCM há meses. Ele não quis se comprometer e se recusou a colocar o seu nome na reta. Seja quais motivos tenha, Mendanha queria ver os pagamentos efetivados e resolveu assinar, teoricamente livrando o prefeito de qualquer envolvimento com a operação – considerada suspeitíssima, mesmo porque teve os seus custos aumentados em 30%, ainda que mantidos os mesmos serviços prestados pela OS que atualmente faz a gestão do HMAP.
Segundo o Jornal Opção, “políticos aparecidenses dizem que o prefeito Vilmar Mariano da Silva, de 55 anos, se tornou ‘a rainha da Inglaterra de Aparecida’. Quem manda na prefeitura são Gustavo Mendanha e Tatá Teixeira. E, como se sabe, Vilmarzim não tem apreço por Tatá. Ele até conseguiu trocar alguns auxiliares, mas, nos escalões intermediários, a estrutura é toda de Gustavo”, afirmou um ex-vereador para o jornal.
Ainda conforme a mesma matéria, “um vereador de Aparecida ressalta que Vilmar Mariano é bem-intencionado. Até o dia 2 de outubro, ele vai cumprir aquilo que foi combinado com Gustavo. Mas, no momento, está engessado, não consegue governar direito e há auxiliares que, antes de obedecerem a uma ordem sua, ligam para Gustavo ou para algum dos secretários. Pode-se dizer que Vilmarzim assumiu como prefeito, mas seu pessoal, e às vezes até ele, continua como ‘vice’”, assinala um pré-candidato a deputado”.
Nem a sua esposa, Sulnara Santana, Vilmar Mariano nomeou para a Secretaria de Assistência Social, cumprindo a tradição em Aparecida, onde as primeiras-damas sempre ocuparam o cargo. Lá está Mayara Mendanha, imposta pelo marido do ex-prefeito. Vilmarzim, pela falta de personalidade no cargo de prefeito e pela completa submissão a Mendanha, é o vice que, tendo assumido o lugar de titular, continua… como vice.