Política

Grupo de Aparecida racha com briga antecipada sobre a sucessão de 2024

Três nomes se articulam desde já para a próxima eleição para a prefeitura: Vilmar Mariano, André Fortaleza e o preferido de Mendanha, Tatá Teixeira

Foto: Reprodução Redes Sociais

Da Redação

O chamado “grupo de Aparecida”, que tinha coesão quando era liderado pelo então prefeito Gustavo Mendanha (Patriota), não é mais o mesmo: hoje, está dividido em 3 correntes.

Uma, talvez majoritária, a que sobreviveu à renúncia de Mendanha, que perdeu o poder e, portanto, se enfraqueceu; outra, liderada pelo presidente da Câmara André Fortaleza (MDB), candidato a prefeito em 2024 e já em operação 24 horas por dias com vistas a esse objetivo; e a última, a linha mais fraca, ainda nascente, sob o comando do prefeito Vilmar Mariano (Patriota), também candidato à reeleição em 2024.

Foram-se os tempos em que o “grupo” trabalhava unido. A divisão se mostra, por exemplo, na pluralidade do apoio de cada segmento a candidatos a deputado estadual e federal.

Mendanha não está como ninguém, mas estimula o apoio a Magda Mofatto, provedora de avião e helicóptero para a sua pré-campanha ao governo do Estado (ele só paga o combustível, as despesas restantes ficam por conta da deputada).

André Fortaleza acompanha Mendanha no esforço para captar votos para Magda em Aparecida. Já Vilmarzim ficou com o Prof. Alcides, aquele que, devido à perda de bases para a deputada, retaliou avisando que vai apoiar Major Vitor Hugo e até outros candidatos a governador no resto do Estado, reservando sua aliança com Mendanha apenas para os votos aparecidenses.

No rastro dessa situação, as divergências aumentam. Mendanha, é óbvio, só pensa na sua candidatura a governador, mas tem um olho pregado nas eleições municipais de 2024. Cresce, entre os políticos de Aparecida, a impressão de que o seu candidato já está escolhido: seria o ex-secretário de Articulação Política e coordenador da sua pré-campanha Tatá Teixeira, filho do ex-deputado federal e ex-prefeito Norberto Teixeira.

Em reuniões internas, Mendanha passou a inserir nas suas falas elogios rasgados a Tatá, a quem agradece por ter sido uma espécie de “para-choque” nos 5 anos e 3 meses que passou como prefeito. Ele faz questão de reforçar a credencial do ex-secretário para falar em seu nome, o que deixa André Fortaleza e Vilmar Mariano com as orelhas arrepiadas.

Por que Mendanha teria escolhido Tatá Teixeira? Mais ou menos da mesma idade, ele se parecem no jeito de tratar as pessoas e na discrição quanto a articulações políticas, além de ter compartilhado todas as decisões importantes em Aparecida nos últimos anos. O ex-prefeito tem aconselhado Tatá, que é obeso, a emagrecer, seguindo o seu próprio exemplo, com o fim evidente de melhorar a imagem pessoal e se preparar para 2024.

Porém, o grande motivo para a definição por Tatá é a confiança. Mendanha não confia nem em André Fortaleza, que o desafiou ao antecipar as eleições para a presidência da Câmara e se eleger para mais um mandato, nem em Vilmarzim, com quem nunca teve proximidade e só escolheu para a sua vice, em 2020, depois que o atual prefeito, na época presidente da Câmara, ameaçou com uma rebelião em que levaria todos os vereadores para apoiar a candidatura de Veter Martins, cujo lançamento chegou a ser cogitado para enfrentar a reeleição de Mendanha.

Além da falta de confiança, há um ponto da maior importância: Mendanha, sob reserva extrema, acredita que Vilmarzim não tem carisma nem liderança para conquistar a reeleição, o que poderia terminar com a prefeitura sendo arrebatada por alguém da oposição. Ele sabe que a moleza de 2020, quando disputou sem antagonistas, não se repetirá, ainda mais depois do rompimento com o presidente estadual do MDB Daniel Vilela, que conhece a fundo a política aparecidense e deve se movimentar para ter um representante na disputa pela prefeitura – principalmente com o poderio adquirido com a condição de vice-governador eleito na chapa de Ronaldo Caiado, conforme indicam hoje todas as pesquisas.

O interesse do grupo de Mendanha é manter Vilmar Mariano como um prefeito apagado e sem ação, para facilitar o controle que mantém sobre a administração municipal. Submisso ao seu antecessor, ele, Vilmarzim, estaria condenado a um desempenho medíocre, tal como vez acontecendo desde que assumiu o cargo sem mostrar, até agora, mais de dois meses depois, qualquer brilho ou iniciativa.

André Fortaleza é visto como um candidato a prefeito com mais potencial do que Vilmar Mariano. Mas também não satisfaria Mendanha, já que existiria o temor de que, vitorioso, poderia partir para um voo próprio e independente.

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