Casa dividida: líderes dos principais partidos que apoiam Mendanha estão… com Caiado
Patriota e Republicanos fecharam com o ex-prefeito de Aparecido, mas seus principais nomes não acompanharam a preferiram entrar na campanha da reeleição do governador
Da Redação
O prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha e sua esposa Mayara são evangélicos do pé rachado. E tanto que acreditam estar em uma missão recebida de Deus, qual seja a designação divina para que Mendanha seja o próximo governador de Goiás.
Embora muita gente não acredite que Deus possa se interessar por política, o fato é que o casal Mendanha parece não conhecer bem a Bíblia. Ou, se a leram algum dia, esqueceram. Estão lá no Evangelho de Mateus as palavras de Jesus que servem como uma luva para o projeto político do ex-prefeito: “Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá”.
A candidatura de Mendanha assenta não sobre uma, porém pelo menos 2 casas divididas. O seu partido, o Patriota, embora nanico, rachou com a sua filiação. Lideranças de peso e importância como o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot e o atual Marden Jr. preferiram abrir uma dissidência para apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado, que consideram estratégica para o futuro de Goiás.
Com o Patriota dividido, Mendanha foi atrás de outra legenda – dessa vez o Republicanos. Esse, sim, não é uma sigla nanica e tem peso estadual e nacional. Caso o conseguisse, Mendanha daria um passo largo para ampliar a penetração da sua candidatura, hoje cotada em 3º ou 4º lugar nas pesquisas. Ele, geralmente, aparece, com 3 ou 4 vezes menos votos que o líder absoluto, Caiado.
Só que houve um imprevisto: por enquanto, Mendanha até que amarrou o Republicanos. Mas os ensinamentos bíblicos – o partido é uma extensão da Igreja Universal do Reino de Deus – continuaram se aplicando. Em vez de fortalecer, o Republicanos enfraquece ainda mais a postulação do ex-prefeito porque também representa, em Goiás, uma casa dividida.
Isso ficou claro na cerimônia acanhada da última segunda-feira, quando o presidente estadual do Republicanos João Campos recebeu o presidente nacional Marcos Pereira para a declaração de apoio à Mendanha. Fora João Campos, ninguém mais do partido deu as caras.
Quadros decisivos como o prefeito de Goiânia Rogério Cruz e os deputados estaduais Jeferson Rodrigues e Rafael Gouveia, que estão na corrida pela Câmara Federal, não foram ao evento. Nem a maioria esmagadora dos candidatos a deputado estadual e federal.
As duas principais agremiações por trás de Mendanha, portanto, o Patriota, que é a sua, e o Republicanos, que acaba de chegar, se encaixam na parábola contada por Jesus Cristo: “Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá”.
Rachados internamente, nem o nanico Patriota nem o robusto Republicanos podem fazer muito pelo ex-prefeito. A sua campanha seguirá como está hoje, esvaziada. Expoentes como Jânio Darrot e Marden Jr., pelo primeiro, e Rogério Cruz, Jeferson Rodrigues e Rafael Gouveia, pelo segundo, não irão para as ruas pedir votos para Mendanha. Ao contrário, farão campanha aberta pela reeleição de Caiado.
A casa de Mendanha, assim, está dividida, e dividida, reza a Bíblia em que ele e a esposa Mayara tanto acreditam, não subsistirá.