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Mendanha corre para escalar mulher na vice e reverter imagem “machista”

Criticado nas redes sociais por manter secretariado formado exclusivamente por homens em Aparecida, ex-prefeito busca vacina para prevenir críticas no período de campanha

O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha procura desesperadamente uma mulher para preencher a vaga de vice na sua chapa, depois que ele conseguiu o deputado federal João Campos para figurar como candidato ao Senado ao seu lado.

No período em que foi prefeito, Mendanha manteve um secretariado com maioria esmagadora de homens. Quando ele renunciou ao cargo, por exemplo, das 27 secretarias, 25 estavam ocupadas por homens e apenas 2 por mulheres, entre as quais a sua própria esposa, Mayara, como titular da pasta de Assistência Social.

Na internet, circulam imagens de reuniões de Mendanha com a sua volumosa equipe de auxiliares que atestam fisicamente o “machismo” do ex-prefeito ao não garantir presença feminina na prefeitura – hoje considerado um pecado grave para qualquer governante, em todas as esferas de poder.

Acusado nas redes sociais de “machismo”, Mendanha nunca respondeu. Ele também não justificou a existência de 27 pastas no seu secretariado, número excessivo: Goiânia, 3 vezes maior do que Aparecida, tem 20 secretarias. São Paulo, com mais de 14 milhões de habitantes, é administrada por uma prefeitura que conta com apenas 15 secretarias.

Além de Mayara Mendanha, o ex-prefeito contou com somente mais uma mulher, Bruna Lomazzi, e mesmo assim nomeada nos seus últimos dias de gestão, pouco antes da renúncia para a Secretaria de Transparência e Controle.

COMPLICAÇÕES

Para complicar as coisas, as seguidas declarações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, sempre recheadas de elogios, não deixam de acrescentar pontos negativos à imagem do ex- prefeito. Bolsonaro é muito mal visto entre as mulheres, em especial pela condução assassina da pandemia no Brasil. Nas pesquisas, tem pouco mais de 20% de intenções de votos entre elas, contra 50% que se manifestam a favor do ex-presidente Lula.

Receoso de se ver confrontado com essa situação, Mendanha se desdobra para encontrar uma mulher disposta a figurar ao seu lado como candidata a vice. Inicialmente limitado a 5 partidos nanicos, com quadros escassos, ele agora tem o seu leque de possíveis opções ampliado, com a inclusão do Republicanos na sua coligação.

Em um outro momento, no passado, Mendanha chegou a cogitar a filha de Iris Rezende, Ana Paula, para a posição, declarando ser esse o seu sonho. Ana Paula, no entanto, descartou liminarmente a hipótese, reforçando que seguiria os passos do pai no apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado.

A deputada estadual Lêda Borges, da região do Entorno, também chegou a conversar com o ex-prefeito sobre a sua indicação, que passava por uma aliança do PSDB do ex-governador Marconi Perillo com Mendanha. Ao se filiar ao nanico Patriota, no entanto, o aparecidense teve que engolir o veto do presidente estadual do partido Jorcelino Braga, que se considera inimigo pessoal de Marconi e recusa qualquer aproximação com os tucanos.

Não há mais nomes de mulheres lembradas para acompanhar Mendanha na vice, por enquanto. O desafio, ao que tudo indica, não será superado com facilidade. E a escolhida, se for possível, terá que ser encontrada dentro do Republicanos, possivelmente uma pastora ou alguma militante evangélica de expressão. Fora o fato de ser do sexo feminino e de servir de vacina para eventuais críticas, é provável que não acrescentará ganhos a chapa.

Matéria publciada originalmente na edição impressa do Jornal Diário de Aparecida

Da Redação

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