Política

Se João Campos jogar a toalha, candidatura de Mendanha ao governo afunda ainda mais

Envolvimento do deputado federal e presidente estadual do Republicanos com os pastores Gilmar e Arilton tem potencial para implodir a chapa que o ex-prefeito de Aparecida está tentando montar

Da Redação

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O deputado federal João Campos é pré-candidato a senador na chapa do pré-candidato a governador de Goiás pelo Patriota, Gustavo Mendanha. Membro da Assembleia de Deus-Vila Nova, delegado da Polícia Civil licenciado e presidente do partido Republicanos, João Campos é considerado um parlamentar atuante. Ele trafega bem na bancada conservadora da Câmara dos Deputados.

Então, em tese, como candidato a senador, fortalece Mendanha. Porque sua imagem é positiva e ele é um político representativo, sobretudo no meio evangélico. A chapa, por sinal, exclui, ao menos até agora, os católicos, pois tanto João Campos quanto Mendanha são evangélicos. O voto católico parece não interessar à dupla.

Mas surgiu o problema da prisão dos pastores e do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Não há indícios de que João Campos está envolvido nas falcatruas do Ministério da Educação. Porém, por manter ligação umbilical com um dos pastores presos, pode acabar saindo chamuscado. Um dos pastores chegou a dizer que, se não fosse liberado pela Justiça, “detonaria” muita gente. Quem? Não disse. Mas certamente está falando de políticos.

No caso de uma CPI, que o Senado tenta aprovar — e o presidente Jair Bolsonaro faz o diabo para esvaziar, não permitindo que tenha o número de votos suficientes para que seja convocada —, Milton Ribeiro, os pastores e outros envolvidos serão convocados e, sob pressão, certamente falarão coisas comprometedoras a respeito de políticos e executivos. Insista-se: não há nada, até o momento, que incrimine João Campos e, igualmente, Mendanha.

Mas uma “pontinha” de denúncia, uma possível convocação de João Campos para depor, pode retirar o parlamentar da disputa ao Senado. Se houver algo comprometedor, mínimo que seja, sua candidatura vai derreter, com a possibilidade de que não seja efetivada. Ele terá de explicar, por exemplo, porque indicou para cargo público um aliado de um dos pastores. Por sinal, Mendanha também poderá ser chamado para se explicar sobre suas ligações com um ou os dois pastores.

Ocorre que, se João Campos não for candidato a senador — e, a rigor, o partido Republicanos não quer que ele seja candidato, pois vai apoiar a candidatura à reeleição do governador Ronaldo Caiado —, a campanha de Mendanha também poderá derreter.

Sem João Campos, quem Mendanha indicará para o Senado? E quem indicará para vice? Não há outros nomes. No momento, o mendanhismo ainda conta com a candidatura do parlamentar. Porém, se for convocado para depor na CPI ou se seu nome continuar sendo citado como “amigo do peito” de um dos pastores que foi preso, o próprio Mendanha vai convidá-lo a retirar sua candidatura, porque não vai querer derreter junto. A ressalva é que Mendanha também poderá contaminar João Campos.

PLANO B É LANÇAR SANDRO MABEL OU ALCIDES RODRIGUES COMO VICE

Comenta-se que, se João Campos derreter, poderá ser substituído na chapa de Gustavo Mendanha pelo ex-governador Alcides “Cidinho” Rodrigues ou pelo empresário Sandro Mabel. O vice poderia ser Osvaldo Fonseca ou Juraci Martins, ambos de Rio Verde. Mendanha estaria sugerindo que o vice tem de ser do Entorno de Brasília, a região em que ele aparece mal nas pesquisas de intenção de voto. Mas quem poderia compor com ele? Fala-se em Cristóvão Tormin. Porém, como se sabe, a imagem de Tormin não é positiva, tanto que chegou a ser afastado da prefeitura de Luziânia. Além do ex- ministro Milton Ribeiro, a operação da Polícia Federal que investiga a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) tem como alvo os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, radicados em Aparecida e Goiânia. O primeiro é líder do Ministério Cristo para Todos, um ramo da Assembleia de Deus, com sede em Goiânia. Já Moura é braço direito de Santos e atua como assessor de Assuntos Políticos da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos. O deputado federal João Campos, presidente estadual do Republicanos, pré-candidato ao Senado, e o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha, pré-candidato ao governo de Goiás, confirmam relacionamento pessoal de amizade e político com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. (Com informações do Jornal

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