Na madrugada dessa segunda feira (11), o médico anestesista Giovanni Quintella foi surpreendido no Hospital da Mulher de Vilar dos Teles – local onde atuava – ao ser dado voz de prisão em flagrante pela delegada Barbara Lomba e a equipe da Delegacia Atendimento à Mulher de São João de Meriti. O motivo da prisão foi um vídeo gravado durante a cesariana de uma paciente do hospital, onde o anestetista se aproveita do momento em que a mesma se encontrava sedada para violentar a paciente; o registro, que contém cenas fortes, mostra o momento em que o acusado tira seu órgão genital da calça e o aproxima da boca da vítima.
A denuncia foi feita por colegas de trabalho do médico, que também foram responsáveis pelo vídeo que comprova o crime. Segundo a polícia, o comportamento do anestesista causava suspeitas entre a equipe de saúde do hospital, já que o mesmo aplicava doses consideráveis de sedativos em suas pacientes e sempre realizava o procedimento de anestesia em salas onde era impossível a gravação de vídeos. Enfermeiras contam que trocaram a sala de anestesia de última hora, de modo a produzir a prova que incriminou o anestesista. Diante de todas as provas, Giovanni Quintella foi detido e levado preso em flagrante pelo crime de estupro de vunerável, cuja pena varia de 8 a 15 anos.
Em vídeo cedido ao portal de notícias G1, o criminoso demonstra surpresa ao saber que existem provas em vídeo de seu ato. No entanto, a delegada Barbara Lomba conta que ele parecia conformado diante do flagrante. O Conselho Nacional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) busca agora expulsar o anesteista de sua função, ao passo que a direção do Hospital averigua o caso internamente e a polícia investiga para saber se Giovanni fez outras vítimas atuando como anestesista. O médico responsável pela cesariana também foi convocado a prestar depoimento.
No Brasil, vigora desde 2005 a Lei do Acompanhante do Parto (LEI Nº 11.108, DE 7 DE ABRIL DE 2005), que assegura a gestantes o direito de um acompanhante de seu convívio durante a realização do parto, bem como no trabalho de parto e no período de 10 dias após o parto. O intuito da lei é trazer conforto e segurança a gestantes em seu momento de vunerabilidade por intermédio da presença de uma pessoa conhecida. No entanto, o criminoso esperou o marido da vítima deixar a sala de operações para cometer o crime. O vídeo ainda mostra Giovanni desconfiado e se movimentando na presença dos outros profissionais presentes na sala, em uma aparente tentativa de não levantar suspeitas.
O caso gerou grande repercussão e revolta em todo o país e vários órgãos relacionados a medicina no Brasil emitiram notas de repúdio diante do ocorrido; O presidente do Cremerj, Clovis Bersot Munhoz, afirmou que “as cenas são absurdas“, a A Sociedade de Anestesiologia do Estado do Rio de Janeiro (SAERJ) disse estar “confiantes de que as autoridades competentes irão apurar o que de fato ocorreu e punir o médico com todo o rigor, caso fique comprovado o crime”. O assunto também foi a principal pauta nas redes sociais, onde vários internautas demonstraram indignação, palavras chave como “ESTUPRADOR” ficando nos assuntos mais comentados no dia de hoje. A defesa do acusado informou que aguarda depoimentos para se manifestar.