Política

Concorrentes de Caiado não terão tempo suficiente para uma boa campanha na TV

Como exceção de Wolmir Amado, que ultrapassará os 2 minutos, os demais – Vitor Hugo, Marconi e Mendanha – não chegarão sequer a um minuto no horário gratuito, enquanto o governador ficará com praticamente a metade dos programas

Graças à ampla coligação partidária que montou, Caiado terá supremacia absoluta no horário eleitoral no rádio e na televisão

Os principais adversários do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), com exceção do representante do PT na corrida pelo Palácio das Esmeraldas, professor Wolmir Amado, não contarão com tempo suficiente no horário gratuito do rádio e televisão para fazer campanha que possa pelo menos ser considerada razoável.

Major Vitor Hugo (PL), Marconi Perillo (PSDB) e Gustavo Mendanha (Patriota) dificilmente alcançarão, cada um, pelo menos um minuto nos dois blocos cruciais da propaganda eleitoral – o cálculo é feito com base nas bancadas de cada partido na Câmara Federal conforme a composição que resultou das urnas de 2018.

A campanha deste ano será a mais curta da história: apenas 46 dias. A partir do dia 26 de agosto, no rádio, o palanque eletrônico irá das 7:00 às 7:10 e das 12:00 às 12:10, enquanto na televisão – o meio de comunicação mais importante para dar visibilidade aos candidatos – seguirá o tradicional horário das 13:00 às 13:10 e 20:30 às 20:40. No caso dos candidatos a governador, 3 vezes por semana, às terças, quintas e sábados, cabendo os outros dias aos postulantes a mandatos legislativos.

Além desses dois blocos, haverá a veiculação de inserções de 30 segundos, as chamadas pílulas, espalhadas ao longo da programação diário tanto das TV quanto das emissoras de rádio.

Para os candidatos a governador, a soma total desses comerciais será de 25 minutos, também divididos proporcionalmente conforme o tamanho das bancadas na Câmara Federal em 2018 e seguindo a mesma regra de alternância de dias. A vantagem do governador Ronaldo Caiado, que busca a reeleição apoiado em uma ampla coligação partidária, será muito grande. Prevê-se que, no dia 12 de agosto, quando a Justiça Eleitoral vai anunciar o cálculo final do tempo de cada candidato no horário gratuito, Caiado será brindado com a metade ou mais do espaço disponível nos 2 blocos de 10 minutos e no pacote de inserções diárias.

É tempo suficiente para aviar a receita do marketing eletrônico, que prevê a apresentação do candidato, a lembrança das suas realizações passadas, as propostas, as críticas aos concorrentes e, se houver necessidade, as respostas aos eventuais ataques. Em se tratando de um governador de Estado, tudo isso é importante, já que em qualquer eleição ele é naturalmente a maior vitrine da campanha.

O que sobra para Caiado, vai faltar para os antagonistas, como dito a princípio, com exceção do PT. Coligado com o PSB e dono, em 2018, da maior bancada da Câmara Federal, o partido vai garantir para o seu candidato Wolmir Amado praticamente 2 minutos e meio, ou mais, dentro dos quais, conforme as modernas técnicas de comunicação, é possível atender as regras básicas de marketing eleitoral: apresentação, realizações, propostas, críticas e defesa, ainda que em linguagem sucinta.

Os demais – Vitor Hugo, Marconi e Mendanha – vão penar para se virar nos poucos e apertados segundos que terão, isso levando-se em consideração o respaldo partidário que têm hoje.

Vitor Hugo, que só conta com o PL, é o que mais tem chances de alcançar esse precioso e salvador minuto, mas provavelmente ficará alguma coisa abaixo. Maior bancada na Câmara Federal, no momento, com 76 parlamentares, o PL, no entanto, só tinha 30 deles em 2018 e por isso seu tempo de rádio e TV não é expressivo.

Marconi Perillo, também isolado com o seu PSDB e ainda sem de ter se decidido se realmente vai enfrentar o desafio da ressurreição eleitoral, já sabe desde já que não ultrapassará os 35 segundos de exposição eletrônica – algo absolutamente incompatível com as necessidades mínimas da propaganda para quem almeja um posto da importância do governo do Estado.

Por último, Gustavo Mendanha, que estava condenado a mais ou menos 15 segundos de rádio e TV, mas conseguiu a adesão do Republicanos para a sua coligação agora pode chegar a 45 ou mesmo 50 segundos. Da mesma forma que Vitor Hugo e Marconi, terá pouca margem para fazer um bom trabalho de comunicação e superar seu principal obstáculo, que é o desconhecimento do seu nome pelo Estado afora.

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