Esporte

Jogadores protestam contra mudanças na Lei Geral de Esporte

Regulamentação aprovada na Câmara Federal e prestes a ser pautada no Senado mexe no direito trabalhistas dos atletas

Por: Júnior Schumacher

Rogér Guedes, do Corinthians faz protesto contra mudanças antes do confronto com o Flamengo. Foto: Reprodução/Internet

Uma lei que tramita no Congresso Nacional é motivo de protesto de jogadores durante alguns jogos das últimas rodadas do Campeonato Brasileiro.

Praticamente atletas de todos os times e divisões taparam a boca antes do apito inicial da rodada iniciada no final de semana, entre os dias 9 e 10 de julho e perdura até os jogos atuais,  como crítica ao PL 1153/2019, conhecido como Lei Geral do Esporte, que mexe nos direitos trabalhistas dos jogadores e foi aprovado na Câmara dos Deputados.

A Lei Geral do Esporte, na prática, atualiza a Lei Pelé com regulamentações que pedem a paridade nas premiações entre homens e mulheres e versam sobre casos de racismo no esporte, punição à corrupção de cartolas, amparo para que atletas expressem suas opiniões pessoais e profissionalização de outros esportes além do futebol. Também limita o patrocínio de casas de aposta esportivas e tenta prevenir exploração sexual em categorias de base, entre outros pontos.

Apesar de parecer positiva, a legislação que irá ao Senado sob a relatoria da ex-atleta de vôlei Leila Barros (PDT-DF) desagradou atletas das principais divisões do futebol nacional por também mexer em direitos trabalhistas. Ela previa, por exemplo, que jogadores demitidos recebam apenas 50% do restante dos valores previstos até o fim do contrato. O texto só foi alterado após reivindicação dos próprios, dizendo agora que, para vínculos menores que doze meses, 100% do valor deve ser pago após a rescisão.

“A lei tira vários direitos do atleta de futebol. E o atleta está certo (em protestar). Nenhum atleta foi ouvido. Nenhum treinador foi ouvido”, reclamou o treinador do São Paulo, Rogério Ceni.  Por outro lado, o Projeto de Lei foi elogiado pelos clubes da elite do futebol brasileiro, que consideram que ela “torna mais simples a legislação trabalhista”

O gesto da mão na boca simboliza a reclamação por parte dos atletas de que eles não foram ouvidos na elaboração da nova lei. Alguns representantes do movimento chamado como União dos Atletas de Futebol Séries ABCD se encontraram na última semana com o senador e ex-jogador Romário (PL-RJ), para  pedir mudanças nas partes polêmicas na nova legislação. Por enquanto, a regulamentação segue nas mãos de Leila. Na Câmara, onde foi aprovado por 398 votos a 13, o texto teve o deputado federal Felipe Carreras (PSB-PR) como relator.

 

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