MP denuncia homem que usou de religião para estuprar duas adolescentes e uma idosa
Na casa de Umbanda, no Jardim Helvécia, Gleidimar Primo da Silva, de 46 anos, aproveitou da fragilidade das mulheres que buscavam ajuda espiritual para praticar crimes sexuais
Por: Suely Carvalho
O Ministério Público de Goiás (MPGO), apresentou denúncia contra Gleidimar Primo da Silva, o falso pai de santo, de 46 anos, por estupro e prática de atos libidinosos mediante fraude contra duas adolescentes e uma idosa.
A denúncia foi divulgada na última segunda-feira (19), mas o homem está preso desde o dia 26 de agosto. No dia 5 de setembro a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Aparecida (Deam), enviou ao Judiciário o indiciamento dele por cinco crimes: importunação sexual, estupro, ameaça, violência psicológica e posse ilegal de munição de arma de fogo.
Após ter encontrado o indivíduo no suposto terreiro, foram localizadas também 12 facas que eram usadas para intimidar as vítimas, revólver e drogas variadas.
Os crimes foram praticados entre novembro de 2021 e julho de 2022, em uma casa de Umbanda, localizada no setor Jardim Helvécia, em Aparecida de Goiânia, que não possuía cadastrado na Federação de Umbanda e Candomblé de Goiás (Fuceg).
“Quando deixavam de frequentar a casa, ele as ameaçava dizendo que as destruiria”
De acordo com o promotor de Justiça Milton Marcolino dos Santos Júnior, titular da 2ª Promotoria de Justiça (PJ) do município, Gleidimar se utilizava da religião e da fragilidade das mulheres que recorriam a ele em busca de ajuda espiritual, para praticar os crimes contra a dignidade sexual.
Constataram que uma das práticas do Umbandista consistia em ordenar às mulheres que fossem até o banheiro da casa de atendimento sob o pretexto de passar por um banho de descarrego.
Em seguida ele pedia que elas relaxassem durante os atos para que a entidade pudesse incorporar e ajudá-las, caso contrário, não seriam atendidas.
Além de atos libidinosos, o falso religioso teria praticado conjunção carnal com duas delas, submetendo-as, inclusive à prática de sexo.
“Quando elas deixavam de frequentar a casa, ele as ameaçava dizendo que ia destruir a vida delas usando o nome da religião e das entidades. Uma das vítimas estuprada por ele teve o intestino obstruído em razão do ato, tendo que se submeter a cirurgia”, destacou a delegada, Cybelly Tristão ao Diário de Aparecida, na época que investigou o caso.
O homem seguirá preso na Casa de Prisão Provisória (CPP), onde já se encontra.