Inseguro e agressivo, Mendanha foi o pior do último debate da campanha
O evento não trouxe novidades e foi pautado pelos ataques e ofensas a Caiado, que lidera as pesquisas com grande margem sobre os adversários – alcançando já mais de 60% dos votos válidos, o que vai dar a ele a vitória no 1º turno no próximo domingo
A Televisão Anhanguera e a Rede Globo promoveram na noite desta terça, 27, o último debate entre os candidatos ao governo de Goiás. Participaram 6 postulantes; Ronaldo Caiado (União Brasil); Major Vitor Hugo (PL): Cíntia Dias (Psol); Edigar Diniz (Novo); Wolmir Amado (PT); e Gustavo Mendanha (Patriota).
O evento não trouxe novidades e foi pautado pelos ataques e ofensas a Caiado, que lidera as pesquisas com grande margem sobre os adversários – alcançando já mais de 60% dos votos válidos, o que vai dar a ele a vitória no 1º turno no próximo domingo.
O pior desempenho foi registrado por Mendanha. Inseguro e agressivo, o ex-prefeito de Aparecida mostrou fixação por Caiado e em todas as suas intervenções tentou fazer críticas ao governador. Tranquilo, o candidato do União Brasil não se perturbou, deu as respostas necessárias e ainda teve a oportunidade de expor os pontos positivos da sua gestão e apresentar propostas para o novo mandato.
Cíntia Diniz e Vitor Hugo alfinetaram Mendanha. Para a candidata do Psol, o ex-prefeito aparecidense tenta se apresentar como renovação, mas tem a cabeça envelhecida dos políticos tradicionais. Já o Major voltou a falar do oportunismo do seu antagonista, que, segundo ele, declarou voto em Jair Bolsonaro na tentativa de arranjar votos junto a base bolsonarista. Em especial, o representante do PL debochou de uma foto postada nesta semana no Mendanha nas redes sociais, em que ele, ao lado dos seus filhos, veste uma camiseta com a estampa de Bolsonaro.
Caiado também cutucou o ex-prefeito, afirmando que ele fez uma administração desastrosa e sem realizações em Aparecida, apenas se aproveitando das obras de Maguito Vilela, seu antecessor. Como exemplo, citou a ausência de programas sociais no município (em 5 anos e 3 meses de gestão, Mendanha não criou nenhum) e o fato de que todos os polos industriais e empresariais na cidade foram criados tanto por Maguito como por Ademir Menezes, nenhum por Mendanha.
Caiado também mencionou, por 3 vezes, que o então prefeito terceirizou a sua gestão para “um tal de André e um tal de Tatá”, alusão ao poder exagerado dos secretários de Fazenda André Rosa e de Articulação Política Tatá Teixeira na administração de Mendanha. Dos 2, André Rosa permaneceu no posto depois da posse do vice Vilmar Mariano e segue como o senhor todo poderoso da prefeitura, onde toma as principais decisões.
Um dos pontos altos do debate foi a pergunta de Edigar Diniz a Caiado sobre a área de segurança pública em Goiás. À vontade, o governador lembrou o seu mote “bandido ou muda do Estado ou muda de profissão” e rememorou a queda drástica dos principais índices de criminalidade a partir da sua posse em janeiro de 2019. Repetiu que valorizou as polícias civil e militar e que o cidadão, hoje, pode ir com segurança a uma agência bancária ou sair à noite, sem correr risco de vida, ao contrário do que acontecia no passado.
Em suma, o debate não mostrou potencial para mudar o cenário apresentado pelas pesquisas de credibilidade para o resultado das urnas, mais servindo de palco e oportunidade para Caiado fazer o seu proselitismo e se confirmar como o candidato mais bem preparado e bem estruturado para o governo do Estado.