Polícia

Megatraficante trazia drogas da Bolívia para Aparecida e investia lucro em imóveis no município

Para não ser preso bandido que já fugiu de três presídios, se passava por morto e usava três nomes

Por: Suely Carvalho

 

A Operação Ressurreição, foi assim batizada, ao fazer alusão a artimanha que o alvo usava para driblar a justiça e não ser preso, ao falsificar o próprio atestado de óbito para arquivar mandados de prisão contra ele. Condenado pelos crime de furto qualificado, homicídio, extorsão qualificada, tráfico de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal de arma de fogo e uso de documento falso,

Adilson Ricardo Nerys, conhecido como “rei”, já empreendeu fuga de três presídios federais, possuía 3 identidades e foi localizado e preso em sua mansão que custa mais de R$ 1,5 milhão, levando uma vida de luxo em Porto Velho (RO).

Foi o que revelou a operação deflagrada ontem, quinta- feira (13), pela Polícia Federal (PF), em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Rotas Ostensiva Metropolitana da Polícia Militar de Goiás (ROTAM/PMGO).

Mandados e sequestros de bens e imóveis, foram cumpridos em Rondônia, Aparecida de Goiânia e na Capital do Estado. Cidades que Nery escolheu para investir o lucro obtido pelo tráfico de drogas, comprando 6 imóveis.

A investigação contra Anilson em Rondônia começou após a PM goiana informar que o traficante líder de uma facção criminosa, o qual teria forjado a própria morte, por meio de uma certidão de óbito falsa, emitida no Pará, em dezembro de 2020, estaria comandando atividades ilícitas do grupo diretamente de Porto Velho.

Onde construiu a vida boa, regada por luxos. Segundo a PF, ao longo dos últimos meses o acusado comprou inúmeros veículos caros, além do imóvel residencial, na área nobre de Porto Velho, onde foi detido.

“Ele é considerado um megatraficante. A mulher dele trabalhava como braço financeiro do dinheiro arrecadado pelo tráfico, aqui em Goiás, lavando dinheiro com empresas aqui no estado e comprando imóveis,”, disse o tenente João Paulo da equipe de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), ao Diário de Aparecida

Liamar Nerys, foi presa no condomínio Eldorado, na capital.

 

 Esposa se passava por empresária e abriu espaço de festas para lavar dinheiro

 

 

Enquanto Anilson erguia o império luxuoso em Rondônia, sua esposa, Liamar Maria Aparecida Nerys, ficou residindo em Goiás e se apresentava publicamente no Estado como empresária.

Ela também foi presa, dentro da fantástica propriedade que residia, no Condomínio Eldorado, em Goiânia. Conforme informou a PF, Liamar havia adquirido e reformado um salão de festas em Goiás, comprado um veículo de elevado valor e registrado no Departamento de Trânsito de Rondônia (Detran /RO).

A mulher fazia constantes viagens à cidade de Porto Velho, juntamente com os filhos do casal, para visitar o marido. Ela possui registros criminais pela prática dos crimes de receptação, tráfico de drogas e associação para o tráfico, condenações adquiridas após deixar a prisão.

Após o Bope-RO, receber a denúncia sobre Anilson, a prisão do casal foi decretada pela 4ª Vara Criminal que autorizou também a realização de buscas nos imóveis. Em complemento, a Justiça Estadual determinou o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados em até R$ 9 milhões e dos veículos registrados nos nomes deles.

Anilson, diante de sua identificação e prisão, passa a ter suas condições comunicadas aos juízos responsáveis pelos processos onde era condenado e que, atualmente, se encontravam extintos em razão de sua suposta morte.

Nos próximos dias deve ocorrer o desarquivamento e continuidade das ações penais e execução das penas impostas contra o traficante.

 

Criminoso acumula histórico de fugas de unidades prisionais

 

Adilson possui histórico de fugas de unidades prisionais em Goiás, Ceará e Mato Grosso. Em junho de 2019 ele foi preso na Bolívia e entregue às autoridades brasileiras de Corumbá (MT), de onde fugiu.

Meses depois, ao ser preso novamente, foi recluso no presídio de Rondônia, de onde conseguiu fugir e estava como foragido até o registro, falso, de seu óbito.

Durante a operação de ontem, a PF e o GAECO representaram pela inclusão do investigado na unidade do Sistema Penitenciário Federal.

O casal responderão, na medida de sua participação, pelos crimes de: Falsificação de documento público (art. 297 do Código Penal); Falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal);

Uso de documento falso (art. 304 do Código Penal) e Lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei nº 9.613/98), cujas penas somadas, podem ultrapassar 20 anos de reclusão.

As ações contaram também com o apoio do Núcleo de Operações Aéreas da Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (NOA/Sesdec).

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