Reeleição de Bolsonaro: Caiado lidera prefeitos goianos em “arrastão do voto”
Governador e o senador eleito Wilder Morais já conversaram com 140 prefeitos, mas a meta é alcançar o engajamento de 240 gestores na campanha do presidente
Por: Helton Lenine
O governador Ronaldo Caiado (UB) se reuniu, em nova rodada, com mais 50 prefeitos em 2 encontros seguidos no comitê de apoio à campanha de Jair Bolsonaro (PL) em Goiânia, localizado no Park Lozandes, em frente a Assembleia Legislativa de Goiás. O senador eleito Wilder Morais (PL) também participou da reunião.
Em discurso, Caiado incentivou aliados a usar o prestígio nas suas respectivas cidades para acelerar a campanha a favor de Bolsonaro e destacou a parceria entre os governos estadual e federal. Caiado também argumentou que a descontinuidade da atual gestão do país poderia levar a dificuldades, como recadastramento em programas dos quais os municípios participam.
“Vamos fazer aquele arrastão para valer em termos de voto, chegando nas regiões mais carentes das cidades, nos assentamentos que são pontos de dificuldade. Vamos parar com esse negócio de carreata, vamos botar o pé no chão, pedir às pessoas ajuda para reeleger o presidente, mostrar as parcerias da cidade com o governo federal e o governo estadual”, disse o governador aos prefeitos.
Caiado não pediu voto para nenhum candidato a presidente no 1º turno, nem mesmo para Soraya Thronicke, que é filiada ao União Brasil. O governador declarou apoio a Bolsonaro e levou um grupo de aliados (prefeitos e parlamentares) para reunião com o presidente no Palácio da Alvorada, em Brasília.
O objetivo inicial era Caiado realizar 3 reuniões com prefeitos semana passada (a última seria sexta-feira), mas um 4º encontro foi marcado para esta segunda-feira, 17. Até o momento, o governador já recebeu cerca de 140 prefeitos. Na eleição deste ano, Caiado foi apoiado oficialmente por 234 dos 246 prefeitos de cidades goianas.
Em relação ao empenho dos prefeitos na campanha de Bolsonaro, Caiado disse que é preciso “cuidar da nossa casa agora, porque amanhã teremos o direito de chegar e cobrar, porque mostramos o resultado e o respeito com que merece ser tratado o Estado de Goiás”.
“Vamos fazer aquele arrastão para valer, chegando nas regiões mais carentes das cidades. Vamos botar o pé no chão e pedir às pessoas que ajudem a reeleger o presidente Jair Bolsonaro. É mostrar as parcerias da cidade com o governo federal e com o governo estadual, que permitiram construir a melhoria para o cidadão com programas sociais, rodovias, asfaltamento de cidade, casas, reformas de escolas. Tudo isso deu a vocês, prefeitos e prefeitas, uma capacidade enorme de responder em um curto espaço de tempo à demanda da população”, orientou Caiado.
As rodadas contaram ainda com representantes de prefeitos que não puderam estar presentes. Paulo do Vale (UB), de Rio Verde, acredita que só mesmo prefeitos e vereadores têm poder para aumentar a densidade eleitoral de Bolsonaro em Goiás. “E não é só pelo presidente, mas sim pelo que ele fez e está fazendo pelo Brasil. O Brasil que está dando certo, um homem que trouxe moralidade para a administração pública, assim como nosso governador trouxe para a máquina do estado de Goiás”, analisa Paulo do Vale.
Mais trabalho corpo-a-corpo, menos redes sociais
O governador Ronaldo Caiado contou aos prefeitos, na semana passada, que, em chamada de vídeo com Flávio Bolsonaro, senador e filho do presidente Bolsonaro, lembrou a ele ser importante fazer uma “política de conscientização”. E acrescentou: “Eu disse a ele que é importante entregar a coordenação da campanha a vocês (prefeitos e prefeitas). Rede social é importante, mas temos de ter orgulho de ser políticos e mostrar nossa capacidade de transformar em votos o que estamos fazendo de bom para o povo. Com uma conversa esclarecedora, podemos mostrar (aos eleitores) o quanto estamos melhorando a vida das famílias e que isso tem de continuar”, frisou o governador.
Na semana passada, ao declarar apoio à reeleição de Bolsonaro em evento no Palácio da Alvorada, em Brasília, Caiado levou com ele diversos prefeitos. “Fui o único governador que marquei a ida com vocês todos convidados. Vamos cuidar da nossa casa agora, porque amanhã teremos o direito de chegar e cobrar mais resultados para Goiás, porque mostramos o respeito com que merece ser tratado o nosso Estado”, reforçou o governador.
PT reage buscando respaldo do agro e foca em atrair evangélicos em Goiás
Com mira em evangélicos e lideranças do agronegócio, a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Goiás busca ampliar apoios ao petista no Estado por meio dos segmentos. O foco dos discursos realizados durante evento do Partido dos Trabalhadores em Goiânia, que reuniu lideranças partidárias e apoiadores, foi a atração desse público.
O evento dos apoiadores de Lula foi realizado em um hotel no Setor Oeste, em Goiânia, e reuniu também principalmente os parlamentares eleitos pelo PT, que ampliou suas bancadas na Assembleia e na Câmara.
A presidente do PT em Goiás, Kátia Maria, afirma que o foco da campanha no estado é virar votos de Bolsonaro, que ficou à frente na preferência dos goianos no 1º turno, em favor de Lula, por meio da ampliação de apoios nos diversos setores.
O ex-governador José Eliton (PSB), um dos articuladores da campanha de Lula em Goiás, diz que, com força ideológica, espera ir para o “convencimento tradicional, em cima de argumentos, não em cima da opressão, da ameaça aos trabalhadores ou com ferramentas pouco convencionais e ilegais muitas vezes, e não com uso da religião para opressão de apoiamento eleitoral, mas com o uso do bom diálogo”.
Entre as manifestações de apoio a Lula, estão o empresário ex-prefeito de Goianésia Jalles Fontoura
(PSDB), que é do agronegócio, um setor majoritariamente bolsonarista em Goiás, e de Rodrigo Zani, que articula para criar o Sindicato Rural de Nerópolis.
Com foco no agronegócio, o evento petista foi aberto com a exibição do vídeo de Jalles Fontoura e depois abriu palavra para Rodrigo Zani, que foi presidente do PSDB jovem, e apoia a eleição de Lula. “O agro deve ter (a consciência) que se acabar a democracia, acabou tudo, até aqueles que defendem momentaneamente esse estado de caos, no futuro, vão perder”, disse Zani, que instigou as pessoas a não terem medo de pedir voto para Lula. “O agro precisa de democracia e vai viver na democracia.”
Em seguida, falou o pastor batista Marcos Machado, que criticou o apoio de lideranças religiosas a Bolsonaro. “Quem está com ele não está vivendo o cristianismo, está vivendo um momento religioso que o país está passando. É preciso pensar que aquilo que nós entendemos por cristianismo está muito deturpado e a política contribuiu para isso”, afirmou.